19/Sep/2025
O Banco do Brasil já desembolsou mais de R$ 40 bilhões em financiamentos para o agronegócio na safra 2025/2026, que começou em 1º de julho e se estende até 30 de junho de 2026. A cifra inclui operações de crédito rural, títulos agrícolas, como Cédulas de Produto Rural (CPRs), crédito agroindustrial e recursos para giro, os chamados de negócios da cadeia de valor do agro, efetivadas de julho à metade de setembro. A expectativa é de que os recursos do Plano Safra vão chegar para a grande maioria, contribuindo para que a produção recorde da safra se concretize. Em relação ao desempenho dos desembolsos, as operações de custeio no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) estão em linha com as safras anteriores, mas com redução expressiva nas operações de investimentos. O que era esperado em função da própria dificuldade de liquidez.
É o momento em que os produtores estão fazendo um ajuste de caixa, especialmente com margens mais apertadas, mas sem comprometer a nova safra. Já no financiamento a grandes produtores, há recuo tanto nas operações de investimento quanto de custeio. Parte disso vem sendo atendida com CPRs, fora do crédito rural contabilizada pelo Banco Central, mas está sendo financiada. E outra parte, efetivamente, com a Selic atual há maior precaução para produtores que operam com taxas livres. Entretanto, não é uma particularidade do Banco do Brasil, e sim uma situação enfrentada por todo o mercado. Ao todo, o Banco do Brasil vai oferecer R$ 230 bilhões em financiamentos para o agronegócio na safra atual. O valor é 2% superior ao desembolsado pelo banco na temporada anterior, 2024/2025. Desse montante, R$ 106 bilhões serão destinados à agricultura empresarial (grandes produtores, cooperativas e agroindústrias) e R$ 54 bilhões vão para a agricultura familiar e médios produtores.
Outros R$ 70 bilhões deverão ser distribuídos em negócios da cadeia de valor do agro. Sobre a previsão de colheita recorde de 353,8 milhões de toneladas na safra 2025/2026, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), além de olhar pela perspectiva da alimentação, mas também pelo lado da produção, a projeção apresentada neste momento é muito boa para o produtor e para o consumidor. Para o banco, também é boa pela ótica do recebimento dos créditos. A carteira de crédito rural do Banco do Brasil é de R$ 405 bilhões. Sobre o impacto da inadimplência no agronegócio, a carteira adimplente ainda representa 96% da carteira do banco. Efetivamente a inadimplência subiu, mas a inadimplência atinge menos de 5% do total da carteira. Os outros 95% dos produtores da carteira continuam ativos, com os produtores adimplentes contratando novas operações. A inadimplência da carteira de agro do banco chegou a 3,49% ao fim de junho, dados mais recentes divulgados, ante 1,32% um ano antes.
O indicador considera pagamentos em atraso há mais de 90 dias. Está em regulamentação a Medida Provisória editada pelo governo federal, que autoriza a renegociação de dívidas rurais de produtores e cooperativas e libera R$ 12 bilhões em recursos do Tesouro em linha de crédito para as amortizações. Após a regulamentação, o Banco do Brasil poderá operar as renegociações para atender a esses 4% a 5% de produtores que estão inadimplentes. E, com isso, fazer com que todo esse processo avance em termos de produção. Diante do aumento da inadimplência, embora atinja fatia pequena da carteira de crédito rural, o BB tem exigido mais garantias e uma análise de crédito mais intensa na concessão dos financiamentos. O que é normal frente a esse aumento da inadimplência. Onde tem mais risco, exige uma ação mais efetiva para minimizar possíveis perdas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.