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18/Sep/2025

EUA deve aplicar mais sanções/restrições ao Brasil

A consultoria Eurasia avalia que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão não será revertida e, em reação direta, os Estados Unidos ampliarão tarifas, sanções e restrições de visto contra autoridades brasileiras. Em contrapartida, o Brasil está acelerando acordos comerciais com a Europa, a Ásia e a Índia a fim de reduzir a dependência dos Estados Unidos. As sanções, tarifas e outras ordens executivas devem ser ampliadas com base na sentença de 27 anos nos próximos dias e semanas, e isso é claramente ilegal. O projeto que prevê uma anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 deve passar, mas somente para envolvidos de menor escalão. Bolsonaro vai acabar na prisão. Esse cenário, acrescenta, a popularidade de Lula aumentou ao mesmo tempo em que acendeu a reação do governo norte-americano.

Como exemplos da escalada, a decisão do governo Trump de acionar a Lei Magnitsky contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e a utilização do IEEPA, dispositivo que permite ao presidente decretar emergência nacional para impor tarifas a países específicos, contra o Brasil, com quem os Estados Unidos têm superávit comercial, para apoiar seu aliado no Brasil. Diante do cerco dos Estados Unidos, o governo brasileiro tem intensificado negociações para concluir o acordo Mercosul-União Europeia, estagnado há duas décadas, e para destravar pactos com a Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA) e com a Índia, menciona. Em paralelo, a China está comprando mais soja do Brasil, o que está prejudicando os agricultores norte-americanos. O Brasil está fazendo tudo o que pode para se proteger dos Estados Unidos, para se desvincular, para que o governo dos Estados Unidos nunca seja capaz de ter o mesmo tipo de impacto punitivo sobre o Brasil que os brasileiros estão enfrentando agora.

O mesmo movimento tem se replicado em outras partes do mundo, com países, aliados dos Estados Unidos ou não, buscando diversificar fornecedores e compradores para terem menos dependência do país após o tarifaço de Donald Trump. Mas, em nenhum lugar, isso é mais óbvio do que no Brasil, que também tem os Estados Unidos como seu "principal adversário em larga escala, enfrentando seu sistema político. Por ora, a previsão é de mais isolamento, com os Estados Unidos utilizando sua "posição mais poderosa" para prejudicar economicamente o Brasil, punindo-o por questões políticas. Isso está muito longe do livre mercado. Ainda neste contexto, o secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos, embaixador Christopher Landau, afirmou nesta quarta-feira (17/09) que o processo judicial que apurou golpe de Estado e que condenou o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro pode ser uma "farsa política". Ele comentava uma reportagem da Folha de São Paulo que afirma que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) disseram que Donald Trump levará Bolsonaro à Papuda se aumentar sanções contra o País.

"Se essa reportagem for verdadeira, isso apenas confirma que todo o processo 'judicial' em andamento no Brasil é uma farsa política", escreveu em rede social. "Aqueles que afirmam estar seguindo o Estado de Direito não podem aumentar a punição de um réu criminal em razão da resposta de uma terceira parte à sua decisão. Como Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio destacaram, os Estados Unidos responderão de acordo com essa ‘caça às bruxas política’ e não serão dissuadidos por ameaças judiciais, concluiu. Na reportagem, a Folha de São Paulo afirma que magistrados do STF veem inviabilidade de qualquer tratamento diferenciado a Bolsonaro com um eventual aumento de sanções ao País por parte do governo Trump. Nenhum ministro em específico foi citado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.