17/Sep/2025
O dólar recuou pela quinta sessão consecutiva no Brasil e encerrou esta terça-feira (16/09) abaixo dos R$ 5,30, o que não ocorria desde junho de 2024, com as cotações refletindo a expectativa pelo corte iminente de juros nos Estados Unidos e fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmando o compromisso do governo com as metas fiscais. Em um dia de queda firme do dólar também no exterior, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,44%, a R$ 5,29, o menor valor desde 6 de junho do ano passado, quando fechou em R$ 5,24. Desde esta data, a divisa não encerrava abaixo dos R$ 5,30. Em 2025, o dólar acumula queda de 14,25%. A moeda norte-americana cedeu durante praticamente toda sessão no Brasil, acompanhando a queda firme das cotações no exterior, com os agentes à espera de um corte de juros de pelo menos 25 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira (17/09).
Segundo a Manchester Investimentos, o principal fator para a queda do dólar é a maior chance de haver três quedas ao longo deste ano na taxa de juros nos Estados Unidos. Toda a expectativa acumulada de queda de juros está se consolidando agora. No caso do Brasil, a perspectiva de que o Banco Central mantenha a taxa básica Selic em 15% pelo menos até o início de 2026 reforçava a leitura de que o País seguirá atrativo ao capital internacional, o que pesava sobre as cotações. O movimento se intensificou, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar que o governo pretende cumprir as metas fiscais de 2025 e 2026, acrescentando que para isso depende da “compreensão” do Congresso Nacional. O ministro disse ainda que negociou com lideranças da Câmara o andamento de projetos para compor o Orçamento de 2026. As metas do governo são de resultado primário zero em 2025 e superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026; nos dois casos há uma tolerância de 0,25% do PIB para mais ou para menos.
Em meio aos comentários de Haddad, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) migraram para o território negativo e o dólar foi cotado pela primeira vez no dia abaixo dos R$ 5,30 perto das 10h. Às 14h30, a moeda norte-americana atingiu a cotação mínima intradia de R$ 5,29 (-0,56%), para depois encerrar um pouco acima deste patamar. Nas últimas cinco sessões, o dólar acumulou queda de 2,53% ante o Real, acompanhando o recuo da divisa no exterior em função da expectativa de cortes de juros pelo Fed. O fato de os Estados Unidos, pelo menos por enquanto, não ter anunciado novas medidas de retaliação ao Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado pavimentou o caminho para um dólar mais próximo de R$ 5,30 que de R$ 5,40. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,70%, a 96,671. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.