ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

17/Sep/2025

Amazônia perde 2 estados de São Paulo em 40 anos

Segundo o MapBiomas, rede formada por ONGs, universidades e startups, a Amazônia perdeu 52 milhões de hectares de floresta nos últimos 40 anos, que representam 13% de destruição da vegetação nativa entre 1985 e 2024. A área destruída equivale a duas vezes o estado de São Paulo. O estudo, divulgado na segunda-feira (15/09), foi feito com base em imagens de satélite e revela que a soja não é mais o principal vetor do desmatamento, e sim a abertura de novas áreas de pastagem. Sendo a Amazônia o maior bioma do País, a perda é significativa. Com 421 milhões de hectares, a floresta ocupa praticamente a metade (49,5%) do Brasil e tem papel importante na regulação do clima do planeta, especialmente na América do Sul. Segundo o MapBiomas, no ano passado a vegetação nativa cobria 81,3% do bioma, e em 15,3% havia atividade humana.

A Amazônia brasileira está se aproximando da faixa de 20% a 25% prevista pela ciência como o possível ponto de não retorno, a partir do qual a floresta não consegue mais se sustentar. Conforme o estudo, 2003 foi o ano com mais desmatamento no bioma (3,2 Mha) e 2010, o com menor (0,9 Mha). A partir daí, houve mais altos que baixos. Desde 2023, a tendência é de queda. Somando a superfície coberta com água (floresta alagável e mangue, por exemplo), houve retração de 2,6 milhões de hectares entre 1985 e 2024, e 8 dos 10 anos mais secos foram na última década. O estudo mostra ainda como a antropização da Amazônia é recente: 83% dessa ocupação por atividade humana ocorreu entre 1985 e 2024. Somando-se todos os usos antrópicos da terra, eles cresceram 471% (57 milhões de hectares) nos últimos 40 anos. Nesse período, houve avanço de 43,8 milhões de hectares de pastagem, uso antrópico que mais cresceu. Os pastos foram de 12,3 milhões de hectares em 1985 para 56,1 milhões em 2024, alta de 355%.

Em percentagem, porém, a expansão mais expressiva foi da silvicultura, de 3,2 mil hectares em 1985 para 352 mil hectares em 2024, mais de 110 vezes. A área de agricultura, cresceu 44 vezes (4.321%), de 180 mil hectares (1985) para 7,9 milhões (2024). A mineração tem ganhado relevância: eram 26 mil hectares em 1985 e, no ano passado, 444 mil. Parte disso ocorre por meio do avanço do garimpo ilegal em áreas protegidas, como reservas indígenas. Segundo os novos dados, 3 em cada 4 hectares convertidos para agricultura (74,4%) são ocupados por lavouras de soja, que ocupavam 5,9 milhões de hectares em 2024. De 2008 para cá, o desmate para o plantio de soja caiu 68% (769 mil hectares). Nesse período, a soja cresceu principalmente em áreas já abertas de pastagem (2,8 milhões de hectares) e de agricultura (1 milhão de hectares).

Ainda, equipes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional destruíram na segunda-feira (15/09), dezenas de embarcações usadas no garimpo ilegal no Rio Madeira, no Amazonas. A operação conjunta aconteceu no leito do rio, entre os municípios de Manicoré e Humaitá, no interior do Estado. A orla foi isolada para a explosão segura dos barcos. Segundo o balanço divulgado pela PF, às 12h05, 71 dragas haviam sido destruídas. As dragas são balsas usadas pelos garimpeiros para sugar a areia do fundo do rio em busca de ouro. Em 2021, a Polícia Federal já teve de desmontar um cerco de barcas de garimpeiros montadas no Madeira, mais especificamente na altura do município de Autazes (AM). Agora, voltam a entrar na mira da Polícia Federal garimpeiros que operam na região sem licença e sem respeitar nenhuma das regras ambientais. A Justiça Federal do Amazonas autorizou a destruição dos equipamentos. Segundo a Polícia Federal, trabalhadores foram flagrados no local em condições de trabalho “precárias”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.