16/Sep/2025
O dólar exibiu queda firme nesta segunda-feira (15/09) e fechou perto do nível de R$ 5,30. A expectativa pelo início de um ciclo de corte de juros nos Estados Unidos nesta quarta-feira (17/09), levou a uma nova rodada de enfraquecimento global da moeda norte-americana. O Real exibiu, como no pregão anterior, o melhor desempenho entre as principais divisas emergentes. A moeda brasileira foi impulsionada por fluxos para a renda fixa e a Bolsa doméstica. O Ibovespa voltou a renovar recorde intradia, acima dos 144 mil pontos. O desfecho da chamada "Super Quarta", com provável corte de 25 pontos-base na taxa norte-americana pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e manutenção da Selic em 15% ao ano pelo Banco Central brasileiro, vai ampliar diferencial de juros interno e externo no curto prazo, estimulando ainda mais o apetite por operadores de carry trade.
Com mínima de R$ 5,30, o dólar encerrou a sessão em queda de 0,61%, a R$ 5,32, o menor valor de fechamento desde 6 de junho de 2024 (R$ 5,25). Nos últimos três pregões, a divisa acumula perda de 1,58%. O dólar recua 1,85% em setembro e 13,89% no ano. Para a Monte Bravo, não há outra explicação para o desempenho do Real que a perspectiva de aumento do diferencial de juros, na iminência de início de um afrouxamento monetário nos Estados Unidos. O dólar está se enfraquecendo no exterior e cai ainda mais no Brasil. Com corte de juros nos Estados Unidos e Selic parada, o diferencial fica muito favorável para o País. A perspectiva crescente de que haja espaço para uma redução da taxa Selic em dezembro, dados os sinais de desaceleração da economia, joga curiosamente a favor do Real no curto prazo por duas vias distintas.
Em primeiro lugar, turbina ainda mais o apetite pelo carry trade, com investidores tentando aproveitar a janela de ampliação do diferencial daqui até dezembro. Além disso, estimula a entrada de capital estrangeiro para a Bolsa, que tende a se beneficiar de cortes de juros lá na frente. Entre os indicadores do dia, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,53% em julho ante junho (na série com ajuste sazonal), com comportamento mais fraco do que as projeções. Talvez o Real esteja no melhor momento. Não é certo que esse movimento de apreciação seja persistente. A sazonalidade do fluxo é ruim no fim do ano e ainda há os problemas fiscais no Brasil. A proposta ventilada no governo Lula para reduzir ou zerar as tarifas de ônibus por meio de subsídios ficou em segundo plano, apesar do impacto fiscal negativo. No exterior, o índice DXY (termômetro do comportamento da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes) recuava cerca de 0,25%, ao redor dos 97,300 pontos, após mínima aos 97,273.
O Dollar Index caiu 0,30% em setembro. No ano, cede pouco mais de 10%. É dado como certo que o Fed vai reduzir a taxa básica de juros norte-americana em pelo menos 25 pontos-base nesta quarta-feira (17/09), dando início a um ciclo de afrouxamento monetário. A maioria dos investidores aposta em uma redução total de 75 pontos-base até o fim do ano. Para o Banco Pine, a fraqueza global do dólar explica aproximadamente metade da valorização do Real no ano. A outra metade estaria associada a ganhos nos termos de troca, diferencial de juros e redução do prêmio de risco-país. Os R$ 5,33 que era estimado para meados de agosto acabou ocorrendo em meados de setembro. A confusão das sanções e outras questões trouxeram ruídos para a tendência. A expectativa é de continuidade da apreciação do Real nos próximos meses, com o dólar caindo para R$ 5,25 no fim de outubro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.