16/Sep/2025
Diante do mercado de trabalho aquecido, que causa dificuldades para as empresas na busca por trabalhadores, a contratação de mão de obra qualificada se tornou um dos principais custos apontados pela indústria brasileira, atrás apenas do pagamento de impostos. Segundo pesquisa inédita encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao instituto Nexus, 62% dos empresários e executivos do setor entendem que as contratações de mão de obra qualificada estão entre os maiores vilões do chamado Custo Brasil. Esse percentual só fica atrás do custo com tributos, cujo impacto foi destacado por sete a cada dez (70%) participantes do levantamento.
A conclusão é de que as empresas enfrentam uma dificuldade estrutural no mercado de trabalho. A pesquisa faz parte de uma campanha que a CNI lançou nesta segunda-feira (15/09) em seu portal com o objetivo de chamar a atenção ao impacto do Custo Brasil na rotina dos brasileiros. O custo de financiamento do negócio, citado por 27%, a insegurança jurídica e regulatória (24%) e a dificuldade no acesso a insumos básicos (20%) foram outros entraves citados. Entre 14 de julho e 7 de agosto, foram entrevistados, por telefone, sócios, proprietários e executivos de mil empresas de diversos portes (pequeno, médio e grande) em todas as regiões do País.
Todos os anos, mais de 20% do PIB brasileiro são desperdiçados pelas dificuldades estruturais, como tributos, financiamento, qualificação de pessoas e infraestrutura, não resolvidas. Esse é preço do Custo Brasil. O valor equivale aos gastos de toda a máquina estatal com servidores públicos neste ano. Diante de um cenário externo cada vez mais desafiador e instável, é preciso avançar internamente e encontrar saídas para melhorar o ambiente de negócios. O levantamento revela a percepção, manifestada por 77% dos empresários, de que o Custo Brasil aumenta muito os preços finais pagos pelos consumidores. A maioria dos entrevistados (64%) considera que o custo de produzir no Brasil subiu nos últimos três anos, sendo que 78% dizem que reduzi-lo representa uma prioridade central em suas empresas.
Quase oito a cada dez entrevistados (77%) respondeu que aumentaria o nível de investimento em sua empresa se as taxas de financiamento fossem reduzidas. Mais da metade (56%) disse que também contrataria mais se o número de processos trabalhistas no Brasil caísse ao nível de países como a Alemanha. A pesquisa revela um forte consenso no setor empresarial: a redução dos processos trabalhistas e taxas de juros são um gatilho direto para um ciclo virtuoso de crescimento econômico, impactando positivamente tanto a geração de empregos quanto o investimento privado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.