16/Sep/2025
Segundo a FecomercioSP, o setor atacadista relata dificuldades tanto para encontrar quanto para reter profissionais e aponta pressões sobre custos de pessoal diante do quadro de falta de mão de obra qualificada. O registro tímido na geração de vagas em áreas de alta tecnologia (254 postos em junho) é visto como um reflexo direto da escassez de profissionais especializados no setor. O pleno emprego é uma conquista para o País, mas, para o empresário atacadista, tornou-se também uma batalha diária encontrar e reter bons profissionais.
O capital humano virou o grande diferencial competitivo, comenta o Conselho do Comércio Atacadista (CCA). A dificuldade em manter trabalhadores é outro problema citado. O tempo médio de permanência no emprego em empresas do atacado, que dez anos atrás girava ao redor de 28 meses, hoje está em 26 meses. Em três setores (produtos farmacêuticos, produtos alimentícios, bebidas e fumo, e matérias-primas agrícolas e animais vivos), os funcionários não chegam a completar dois anos numa mesma companhia. A rotatividade crescente compromete as operações e gera custos elevados de substituição de trabalhadores.
A participação dos jovens no setor caiu: se em 2010 representavam 22% dos postos com carteira assinada, agora são apenas 17%. A conclusão é a de que há um menor interesse das novas gerações em atuar no setor atacadista. Conforme o estudo, a disputa por profissionais qualificados tem afetado o custo operacional e o modelo de negócio. As empresas não podem se limitar a oferecer salários mais altos. É preciso investir em ambiente saudável, benefícios consistentes e, sobretudo, em planos reais de carreira. Sem isso, a rotatividade continuará corroendo margens e produtividade.
A alternativa das empresas passa pela formação de profissionais "do zero", ao invés de esperar pelo candidato pronto, a adoção de políticas de valorização profissional e investimentos em tecnologia e treinamento, de modo a reduzir a dependência de mão de obra. A entidade orienta ainda que as empresas lancem programas de atração das novas gerações de profissionais. A escassez de mão de obra exige que os empresários redobrem os esforços na gestão de pessoas para garantir equipes qualificadas e engajadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.