12/Sep/2025
O dólar fechou a quinta-feira em queda no Brasil, indo abaixo dos R$ 5,40 no pela primeira vez desde meados de agosto, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior após dados da inflação e do mercado de trabalho dos Estados Unidos reforçarem a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima semana. O dólar fechou em baixa de 0,30%, a R$ 5,39, abaixo de R$ 5,40 pela primeira vez desde 15 de agosto e na menor cotação desde 12 de agosto, quando atingiu R$ 5,38. No ano a divisa acumula baixa de 12,75%. A moeda norte-americana chegou a oscilar em alta no início da sessão, mas a divulgação de novos dados sobre a economia dos Estados Unidos conduziu a queda das cotações.
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,4% em agosto, depois de aumentar 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o indicador avançou 2,9%, o maior aumento desde janeiro, depois de ter subido 2,7% em julho. Economistas previam aumento de 0,3% no mês e 2,9% em 12 meses. Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos somaram 263 mil na semana passada, acima da expectativa de 235 mil, em um novo sinal de piora nas condições do mercado de trabalho. Após a divulgação dos números, ambos às 9h30, o dólar perdeu força ante as demais divisas, incluindo o Real, e os rendimentos dos Treasuries despencaram. Mais do que o CPI, que veio acima do projetado, a alta dos pedidos de auxílio-desemprego reforçou a percepção de enfraquecimento da economia dos Estados Unidos e de corte iminente dos juros pelo Federal Reserve.
Segundo a FB Capital, o mercado está, há algum tempo, realizando que os juros nos Estados Unidos não vão se sustentar nesse patamar por muito tempo. E o gatilho atual é a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego. Tanto que a deterioração do dólar nesta quinta-feira (11/09) é global: o DXY (índice do dólar) está caindo, e a moeda norte-americana também está caindo em relação às emergentes. Assim, após atingir o que viria a ser a maior cotação do pregão, de R$ 5,42 (+0,33%), pouco antes da divulgação do CPI e dos dados de auxílio-desemprego, o dólar despencou para a mínima de R$ 5,37 (-1,22%). Depois, o dólar recuperou parte do fôlego tanto no Brasil quanto no exterior, mas ainda assim se manteve no território negativo, com investidores atentos à continuação do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
Com o voto da ministra Cármen Lúcia, a Primeira Turma do STF formou maioria para condenar Bolsonaro por cinco crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. O ministro Cristiano Zanin, que apresentava suas considerações neste fim de tarde, também votou pela condenação de Bolsonaro, levando o placar para 4 a 1 contra o ex-presidente. A condenação de Bolsonaro era largamente esperada no mercado, que agora segue monitorando eventual nova medida de retaliação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, este sim um fator com potencial para mexer nos ativos. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,27%, a 97,523. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.