12/Sep/2025
O Bradesco tem adotado postura mais seletiva na concessão de crédito ao agronegócio diante da elevação da inadimplência no setor. O ano de 2024 foi difícil e parte das dificuldades se refletiu em 2025, levando a critério mais rigoroso na análise de risco. O agro sofreu e não teve alta no preço de commodities para poder fazer essa amortização. Neste ano, muitas empresas e produtores passam por dificuldades. A inadimplência do agronegócio voltou ao nível histórico, um pouco acima de 2%, após ter ficado abaixo de 1% durante a pandemia em cenário “extraordinário”.
A análise passou a priorizar produtores com menor alavancagem. O banco está sendo muito seletivo, olhando para os produtores que têm uma visão de patrimônio, sem muito arrendamento, porque isso chegou a níveis muito altos há dois, três anos atrás e tornou-se inviável. O Bradesco tem dado maior atenção à qualidade dos recebíveis das empresas ligadas ao agro. O passivo é uma certeza, mas o ativo é uma esperança. A elevação da taxa de juros tem pressionado a sustentabilidade financeira. O dinheiro é muito caro para rolar, mesmo que se entenda que o produtor tenha capacidade para poder pagar suas obrigações no futuro, que seja um negócio viável.
Os juros inviabilizam muitas vezes o que foi vendido. Apesar das dificuldades, a gestão profissionalizada da agroindústria tem ajudado a manter a carteira sob controle. Os investimentos são muito suportados em grande parte pela geração de caixa. Isso ajuda bastante nas análises. Negócios já estruturados para ampliação conseguem usar a geração própria de recursos. O ambiente de crédito em 2025 exige cautela, mas também mostra resiliência do setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.