12/Sep/2025
Analistas do mercado financeiro afirmaram que o resultado de agosto do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reforça uma trajetória "benigna" da inflação, embora tenha surpreendido em determinados segmentos específicos. No panorama geral, eles a deflação foi influenciada por fatores temporários, principalmente a redução nos preços da energia elétrica devido a descontos pontuais. Em contraste com a alta de 0,26% em julho, a deflação de agosto veio abaixo da mediana das projeções do mercado, que apontava para uma queda de 0,16%. A XP Investimentos observa que, apesar da deflação menos intensa, a leitura não muda a perspectiva da instituição para o ano, de 4,8% para 2025. Houve grande surpresa altista nos bens industriais, uma vez que o programa Carro Sustentável, que isentou alguns veículos de impostos, não resultou em quedas de preços tão significativas como esperado.
Para 2026, a previsão para inflação é de 4,5%. Essa leitura deve tirar o ímpeto do mercado daqueles que começavam a migrar para em torno de 4,5% até abaixo de 4,5%. O Banco BMG destaca os desafios futuros, afirmando que a melhoria nas métricas qualitativas do IPCA deve enfrentar um contexto mais adverso nos próximos meses. Na ponta melhorou; a questão é ver se será mantida. A reversão em itens como alimentos e energia pode prejudicar a tendência benigna observada em algumas aberturas do índice. O resultado veio bastante em linha e não altera a expectativa de IPCA de 4,8% no fim do ano. Por outro lado, a ASA afirmou que os efeitos temporários mascaram a verdadeira dinâmica inflacionária.
O núcleo veio poluído: descontos passageiros em recreação (semana do cinema) reduziram artificialmente o índice e devem pressionar o IPCA de setembro. No entanto, mesmo sem esses descontos temporários, os serviços mostram uma leve desaceleração. Mesmo expurgando os descontos, o núcleo de serviços mostraria desaceleração (0,43% em vez de 0,34%), levando a média móvel de 3 meses para 5,96% (de 6,08%). Esse alívio, no entanto, tende a ser temporário, já que os serviços permanecem pressionados pela demanda doméstica. Apesar dessas nuances, o Itaú Unibanco afirmou que os dados reforçam a expectativa de aceleração nos serviços subjacentes até o final do ano. O alívio em serviços subjacentes no IPCA do mês passado é temporário.
No campo das projeções para política monetária, a Capital Economics acredita que a pequena queda do IPCA dificilmente mudará o tom do Banco Central. Os juros serão mantidos em 15%. Contudo, há espaço para redução da Selic no início de 2026. A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de um aumento de 0,59% em julho para uma alta de 0,39% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,67% em julho para deflação de 0,61% em agosto. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 6,01% em julho para 6,17% em agosto. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 4,73% em julho para 4,21% em agosto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.