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12/Sep/2025

Desaceleração do comércio Brasil-EUA em agosto

Segundo a mais recente edição do Monitor do Comércio Brasil-EUA, elaborado pela Amcham Brasil, a corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos totalizou US$ 56,6 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. Embora o resultado acumulado continue positivo, os dados de agosto revelam uma inflexão significativa: as sobretaxas impostas pelos Estados Unidos provocaram uma queda expressiva nas exportações brasileiras e vêm contribuindo para a desaceleração das importações de produtos norte-americanos pelo Brasil. As exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 26,6 bilhões no acumulado do ano, crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024 e novo recorde para o período.

No entanto, agosto registrou retração de 18,5% nas vendas brasileiras para os Estados Unidos, puxada principalmente pelos produtos atingidos pelas novas tarifas. Itens sujeitos às sobretaxas caíram 22,4% em agosto, apesar de alguns segmentos ainda manterem desempenho positivo no ano devido à antecipação de embarques. Produtos fora do escopo das novas tarifas apresentaram queda mais moderada, de 7,1% no mês e 10,3% no acumulado, influenciados sobretudo por fatores de mercado, como a menor demanda dos Estados Unidos por petróleo e derivados. Entre os setores com desempenho negativo no acumulado estão os de óleos combustíveis de petróleo (-16,1%), celulose (-15,7%) e semiacabados de ferro e aço (-9,8%). Em contrapartida, carne bovina (+93,4%), café (+33,0%) e aeronaves (+11,2%) registraram crescimentos expressivos, demonstrando resiliência mesmo em um cenário de maior incerteza.

O impacto das sobretaxas também se manifesta do lado das importações brasileiras, especialmente em setores mais integrados com a indústria norte-americana, como carvão mineral, essencial para a produção da siderurgia no Brasil. No acumulado do ano, as importações brasileiras de produtos norte-americanos somaram US$ 30 bilhões, crescimento de 11,4% em relação a 2024. No entanto, o ritmo de expansão, que superava os 18% em junho e julho, caiu para apenas 4,6% em agosto, indicando perda de dinamismo nas trocas bilaterais. A forte desaceleração no ritmo das importações brasileiras vindas dos Estados Unidos sinaliza um efeito indireto das tarifas, reflexo do alto grau de integração e de comércio intrafirma entre as duas maiores economias das Américas. Fonte: Amcham. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.