11/Sep/2025
Segundo o Itaú BBA, o Brasil entra em fase de transição climática com a expectativa de retorno da La Niña entre outubro e novembro. O fenômeno deve ter efeitos mais evidentes no fim do ano e início de 2026, com risco de redução das chuvas na Região Sul em novembro e dezembro, período crítico para as lavouras de soja. Bloqueios atmosféricos podem limitar o avanço de frentes frias, gerando janelas de até 30 dias com pouca ou nenhuma precipitação. A partir de janeiro, os modelos apontam melhora no regime de chuvas, favorecendo um verão mais úmido em comparação ao ciclo anterior. Para a Região Centro-Oeste e o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a expectativa é positiva para o início da safra. As chuvas devem se antecipar, criando boas condições para o plantio da soja dentro da janela ideal. O alerta fica para o período entre o final de dezembro e janeiro, quando intervalos mais longos sem chuvas podem afetar o enchimento de grãos.
De qualquer forma, o sentimento segue positivo para a safra de verão (1ª safra 2025/2026) da região. Agosto foi marcado por temperaturas elevadas em grande parte do Brasil e pela distribuição irregular das chuvas em função da atuação de frentes frias nas Regiões Sul e Sudeste. O mês foi marcado por temperaturas acima da média nas Região Centro-Oeste, Sudeste e no Matopiba, com máximas superiores a 37°C em algumas cidades de Mato Grosso. As frentes frias provocaram geadas leves a moderadas que afetaram pontualmente culturas como o café arábica no Cerrado Mineiro (MG). A Região Norte e o litoral da Região Nordeste registraram volumes acima da média, enquanto áreas do interior, como Rondônia, Tocantins e Minas Gerais, enfrentaram seca. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o tempo seco favoreceu a colheita de milho 2ª safra de 2025, algodão, cana-de-açúcar e café. Na Região Sul, o excesso de chuvas trouxe desafios para a semeadura dos cultivos de inverno, mas a produtividade do trigo no Paraná não foi significativamente afetada.
A colheita do algodão também sofreu atrasos em algumas regiões. Com a influência da La Niña, o Centro-Norte tende a registrar temperaturas máximas mais elevadas, aumentando a evapotranspiração e a demanda hídrica. Na Região Sul, o padrão deve ser mais variável, com alternância entre picos de calor e temperaturas mais amenas. Nos Estados Unidos, agosto foi de chuvas abaixo da média em algumas regiões do Meio Oeste, mas a maior luminosidade favoreceu a polinização e o enchimento de grãos. O panorama geral para a safra segue positivo, com perspectiva de recorde para a produção de milho, entretanto, não estão descartadas revisões para baixo na produtividade das lavouras. O fenômeno La Niña costuma trazer ar mais frio para o centro dos Estados Unidos e tempo mais seco no sul, o que pode favorecer a colheita. No Meio Oeste norte-americano, espera-se maior regularidade nas chuvas, o que pode beneficiar o encerramento do ciclo produtivo da soja e do milho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.