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11/Sep/2025

Inflação mais baixa para mês de agosto desde 2022

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,11% em agosto, após subir 0,26% em julho. Com o resultado de agosto, o IPCA acumula alta de 3,15% no ano e avanço de 5,13% em 12 meses. Cinco dos nove grupos que compõem o indicador registraram queda de preços no mês. A queda de 0,11% em agosto foi o resultado mais brando desde setembro de 2022, quando havia diminuído 0,29%. Para meses de agosto, a taxa foi a mais baixa desde 2022, quando o IPCA teve deflação de 0,36%. Em agosto de 2024, a taxa tinha sido de -0,02%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo segundo mês seguido, passando de 5,23% em julho para 5,13% em agosto de 2025. A taxa foi a mais branda desde fevereiro de 2025, quando estava em 5,06%. Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,46% em agosto, após queda de 0,27% em julho. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,10% para o IPCA, que caiu 0,11% no mês.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,83% em agosto, após ter recuado 0,69% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,50%, ante alta de 0,87% em julho. Os preços dos alimentos recuaram em agosto pelo terceiro mês consecutivo, após uma sequência de nove meses de aumentos. De junho a agosto, a queda acumulada em Alimentação e bebidas foi de 0,91%. A melhora recente tem relação com uma maior oferta de produtos no mercado doméstico, em meio à ocorrência de safras melhores, mas possivelmente também com alguma influência do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra alguns produtos exportados pelo Brasil para o mercado norte-americano. Os itens com reduções de preços, como o café e frutas, apresentam maior oferta no mercado doméstico. Os recuos nos custos no varejo podem embutir já uma expectativa de queda do preço por conta de uma menor exportação futura em função do tarifaço, assim como uma possível redução em si na demanda pelas exportações brasileiras de determinados produtos.

Porém, ainda não é possível precisar a ocorrência do fenômeno. Mas, não há como precisar se tem impacto do tarifaço. A queda em agosto foi puxada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,83%. Os destaques foram as reduções no tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%). Quanto à alimentação fora do domicílio, houve uma elevação de 0,50% em agosto: o subitem lanche avançou 0,83%, e a refeição fora de casa subiu 0,35%. O recuo de 2,44% no preço da passagem aérea ajudou a aliviar o custo das famílias com transportes em agosto. As despesas com Transportes passaram de uma alta de 0,35% em julho para uma queda de 0,27% em agosto, uma contribuição de -0,06% para a taxa de -0,11% do IPCA do último mês. A passagem aérea contribuiu sozinha com -0,01% para o IPCA de agosto. A redução nos preços em agosto é sazonal, passada a alta na demanda nas férias de julho. Os combustíveis ficaram 0,89% mais baratos em agosto.

A gasolina recuou 0,94%, segundo maior impacto negativo no IPCA do mês, -0,05%, atrás apenas da contribuição da energia elétrica (-0,17%). Houve redução também nos preços do gás veicular (-1,27%) e do etanol (-0,82%), enquanto o óleo diesel subiu 0,16%. O ônibus urbano recuou 0,14% em agosto, e o táxi aumentou 2,96%. Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,91% em julho para um recuo de 0,90% em agosto, menor resultado para o mês da série histórica iniciada na implementação do Plano Real. O resultado levou a uma contribuição de -0,14% para a taxa de -0,11% registrada pelo IPCA do último mês. A energia elétrica residencial recuou 4,21% em agosto, subitem de maior alívio individual no IPCA do mês, uma contribuição de -0,17%. A redução foi decorrente da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto. Em agosto, esteve em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 à conta e luz a cada 100 Kwh consumidos. A taxa de água e esgoto subiu 0,24%. O gás encanado aumentou 0,37%, com reajuste de 6,41%.

O grupo Despesas pessoais saiu de uma alta de 0,76% em julho para um aumento de 0,40% em agosto. O grupo contribuiu com 0,04% para a taxa de -0,11% do IPCA do último mês. O avanço foi impulsionado pelo reajuste, a partir de 9 de julho, nos jogos de azar, que aumentaram 3,60%, uma contribuição de 0,02% para o IPCA de agosto. Por outro lado, houve alívio da queda de 4,02% no subitem cinema, teatro e concerto. O subitem ajudou a deter o IPCA em -0,02% em agosto. O grupo Educação saiu de um aumento de 0,02% em julho para uma elevação de 0,75% em agosto. O grupo contribuiu com 0,05% para a taxa de -0,11% do IPCA do último mês. A alta em Educação é a maior para meses de agosto desde 2016, quando tinha subido 0,99%. O grupo Educação absorve em fevereiro um reajuste mais geral de todos os cursos investigados, enquanto nos meses de agosto há incorporação de um reajuste mais residual. A alta em agosto foi resultado da de reajustes nos cursos regulares, que subiram 0,80%, impulsionados pelos subitens ensino superior (1,26%) e ensino fundamental (0,65%).

Os cursos diversos aumentaram 0,91%, influenciados pelos cursos de idiomas (1,87%). O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de um avanço de 0,45% em julho para uma alta de 0,54% em agosto. O grupo contribuiu com 0,07% para a taxa de -0,11% do IPCA do último mês. O resultado foi sustentado pelos aumentos de 0,80% nos itens de higiene pessoal e de 0,50% no plano de saúde. O grupo Vestuário saiu de uma queda de 0,54% em julho para um aumento de 0,72% em agosto. O grupo contribuiu com 0,03% para a taxa de -0,11% do IPCA do último mês. As maiores pressões partiram das altas na roupa masculina (0,93%) e nos calçados e acessórios (0,69%). A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de um aumento de 0,59% em julho para uma alta de 0,39% em agosto. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,67% em julho para deflação de 0,61% em agosto. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 6,01% em julho para 6,17% em agosto.

A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 4,73% em julho para 4,21% em agosto. A alta de 1,26% no custo do ensino superior exerceu a maior pressão individual sobre a inflação de agosto, um impacto de 0,02% para a taxa de -0,11% registrada no mês. Figuraram ainda no ranking de principais pressões sobre o IPCA de agosto o plano de saúde (0,02%), jogos de azar (0,02%), lanche fora de casa (0,02%) e refeição fora de casa (0,01%). Na direção oposta, o principal alívio partiu da energia elétrica residencial, com queda de 4,21% e influência de -0,17%. Houve contribuições negativas também da gasolina (-0,05%), tomate (-0,04%), cinema (-0,02%), manga (-0,02%), arroz (-0,02%), café moído (-0,01%) e passagem aérea (-0,01%). Cinco dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em agosto. Houve recuos em Alimentação e bebidas, queda de 0,46% e impacto de -0,10%; Habitação, -0,90% e impacto de -0,14%; Transportes, -0,27% e impacto de -0,06%; Artigos de residência, -0,09% e impacto de 0,00%; e Comunicação, -0,09% e impacto de 0,00%.

Na direção oposta, os preços subiram em Vestuário (0,72%, uma contribuição de 0,03%), Despesas pessoais (0,40%, impacto de 0,04%), Saúde e cuidados pessoais (0,54%, impacto de 0,07%) e Educação (0,75%, impacto de 0,05%). Em agosto, 13 das 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram quedas de preços. O resultado mais brando foi verificado em Goiânia (GO) e Porto Alegre (RS), ambos com deflação de 0,40%, enquanto o mais elevado ocorreu em Vitória (ES), com alta de 0,23%. A deflação de 0,11% registrada em agosto foi mais puxada por fatores pontuais, como a redução na energia elétrica residencial decorrente da incorporação do Bônus de Itaipu. A energia elétrica recuou 4,21% em agosto, item de maior alívio no IPCA do mês, uma contribuição de -0,17%. O IPCA teria sido de 0,07% em agosto sem a queda na energia elétrica.

Outra forte contribuição para a deflação de agosto partiu do grupo Alimentação e bebidas, com queda de 0,46% e impacto de -0,10%. O IPCA teria sido de 0,22% em agosto sem as contribuições somadas de energia elétrica e alimentos. O IPCA teve uma maior disseminação de subitens com aumentos de preços, puxada pelos não alimentícios, na passagem de julho para agosto, ou seja, os avanços foram mais espalhados entre os produtos e serviços investigados. O IPCA é composto por uma cesta de consumo de 377 subitens. São 209 subitens não alimentícios: 135 vieram com variação positiva em agosto, 74 tiveram variação menor ou igual a zero. O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 50% em julho para 57% em agosto. A difusão de itens alimentícios saiu de 50% em julho para 47% em agosto. A difusão de itens não alimentícios passou de 49% em julho para 65% em agosto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.