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08/Sep/2025

Governo e setor privado buscam novos mercados

A queda das exportações para os Estados Unidos (recuo de 18,5% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado) surpreendeu os especialistas, que esperavam um recuo nas vendas ao mercado norte-americano mais para frente. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) previa impacto na balança comercial apenas entre setembro e outubro. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) considerava a hipótese de que tivesse ocorrido aumento das importações por parte dos Estados Unidos antes do tarifaço para formação de estoques e que essas exportações teriam sido contabilizadas em agosto, atenuando o impacto do tarifaço.

Diante da queda das vendas aos Estados Unidos, o governo brasileiro tem buscado abrir novos mercados. O ideal é conseguir exportar carne bovina para o Japão até o final do ano. Isso está em negociação entre os governos brasileiro e japonês, destacou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (Abiec). Recentemente, o Brasil abriu três mercados para a carne bovina: Vietnã, Indonésia e Filipinas. A carne tem alta capilaridade e é possível fazer a redestinação para vários outros locais, mas não ganhando a mesma margem que tinha para os Estados Unidos. Nesse momento de negociação entre Brasil e Estados Unidos, o setor pode continuar trabalhando e exportando.

No caso do café, é mais difícil um redirecionamento imediato do produto que iria para os Estados Unidos, avalia o Cecafé. Entre os fatores que dificultam o redirecionamento está a falta do hábito do consumo da bebida em alguns países. Além disso, os volumes importados de café brasileiro pelos Estados Unidos são significativos e somam 8 milhões de sacas de 60 Kg por ano. O Brasil não tem como abrir mão dos Estados Unidos. Por conta da quebra de 10% na safra brasileira de arábica deste ano e da insegurança provocada pelo tarifaço, os preços do café nas bolsas internacionais dispararam. Entre os dias 7 e 31 de agosto, as cotações em dólar do produto subiram entre 35% e 44%.

O Cecafé acredita que o mercado neste momento, com preços recordes do café, trabalha a favor de uma negociação para a redução das alíquotas. Quanto mais o preço sobe, mais difícil fica para o consumidor norte-americano aceitar essa alta de preços provocada pela tarifa. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) diz que os Estados Unidos continuam sendo um mercado-alvo para o setor, mas é preciso abrir novos mercados. Neste ano, por exemplo, as indústrias têxteis visitaram a África, mercado considerado promissor para a moda brasileira, por causa da grande população. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.