08/Sep/2025
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, mostrou disposição para um "processo de entendimento" com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. O subsecretário que pode ligar diretamente para ele para programar e agendar as primeiras conversas. Segundo o empresário, Landau se disse à disposição para receber o contato do governo brasileiro por meio do vice-presidente. Ele estaria disposto, desde que o presidente Alckmin tomasse a iniciativa e conversasse sobre os assuntos. Segundo Landau, a tônica da conversa tinha de ser a situação política. Não é o Departamento de Comércio, é o Departamento de Estado. O problema político é o que está na mesa. Neste caso, o aspecto político é com o governo. O setor privado está disponível para colaborar em assuntos que têm origem ou judiciária ou legislativa, com relação às empresas que atuam no Brasil ou nos Estados Unidos. A missão do setor produtivo aos Estados Unidos na semana passada foi, de modo geral, positiva.
Os objetivos foram atingidos. A ideia era tentar iniciar um processo de possibilidade de negociação. Mas, esses processos têm altos ruídos com a política e altos ruídos com a geopolítica. O grupo nunca imaginou que a tarefa fosse simples, e tinha ciência das dificuldades. A missão conseguiu sensibilizar os empresários norte-americanos da necessidade da parceria, já que muitos produtos não têm fornecedor alternativo. Uma vez já pacificado que há um problema político por trás da imposição das tarifas dos Estados Unidos sobre o Brasil, há um potencial "extraordinário" de cooperação entre os dois países caso o impasse seja solucionado, disse o embaixador Roberto Azevêdo, durante balanço sobre a missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos Estados Unidos. O potencial de cooperação e de aproveitar áreas inexploradas é extraordinário, muito grande e estratégico, não só para os Estados Unidos, mas para o Brasil também. As áreas citadas em que poderia haver maior proximidade na relação bilateral entre os dois países foram terras raras, materiais críticos, data centers e etanol.
Segundo o embaixador, é necessário "um alinhamento de astros na arena política" para dar seguimento à agenda de maior cooperação entre Brasil e Estados Unidos. Azevêdo reforçou que avalia como pouco provável que todas as tarifas sobre produtos brasileiros sejam reduzidas após a missão, mas é possível que haja isenções para itens específicos. Dependendo da natureza da relação comercial em casa setor e produto. Azevêdo voltou a afirmar que não exclui nenhuma alternativa de resolução para o impasse comercial com os Estados Unidos. Mas é preciso ser realista de que, no curtíssimo prazo, é muito difícil viabilizar movimentos muito expressivos, sobretudo no contexto político atual. Questionado sobre possíveis sanções adicionais dos Estados Unidos ao Brasil, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, o embaixador afirmou que este não foi tema de nenhuma das conversas das quais participou com autoridades norte-americanas. Mas, quanto menor a temperatura política, maior a probabilidade de avançar nas questões técnicas e comerciais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.