05/Sep/2025
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que representa a indústria de máquinas e equipamentos, uma das mais prejudicadas pelo tarifaço norte-americano, o Brasil não é prioridade para os Estados Unidos nas negociações comerciais. Os esforços concentram-se em países como México, China e Japão, além da União Europeia. A notícia que chega é que o USTR, Escritório Representante de Comércio dos Estados Unidos, têm uma limitação de tamanho, de equipe e um acordo não é um entendimento trivial.
O Brasil é um país importante no comércio norte-americano, mas quando se olha os números e as questões estratégicas, do ponto de vista dos norte-americanos, o Brasil não é prioridade. Mas, a expectativa é de que Brasil e Estados Unidos vão sentar-se à mesa e chegar num resultado diferente, porque 50% de taxas é uma penalização. Não há motivo para penalizar o Brasil dentro da questão do comércio. Só que isso não vai ser logo porque o Brasil não estará entre as prioridades dos vários acordos que os Estados Unidos estão negociando. O Brasil está respondendo ao USTR, cuidando para que o País não seja penalizado naquilo em que não tem culpa, na esfera comercial.
A política continua influenciando nessa relação, colocando na Seção 301 questões difíceis de transpor, e existem empresas mostrando prejuízos. Vale destacar que o USTR promoveu, na quarta-feira (03/09), a primeira audiência pública no processo de investigação, no qual os Estados Unidos acusam o Brasil de práticas desleais. No setor de máquinas e equipamentos, mantida a tarifa de 50%, o potencial prejuízo é de perda de faturamento da ordem de R$ 23 bilhões ao ano, sendo R$ 20 bilhões de vendas diretas. Haveria ainda corte de 20 mil empregos diretos e 80 mil indiretos na cadeia, caso as vendas externas aos Estados Unidos sejam zeradas, num forte impacto sobre a microeconomia do País.
Há dificuldade de redirecionar as exportações para outros mercados, embora veja a necessidade de o Brasil buscar novos acordos para mitigar os prejuízos. O principal desafio do empresário, porém, é o juro elevado. É necessário que haja uma revisão de subsídios e incentivos. Apesar da inovação, o ambiente macroeconômico atual não é propício ao consumo, limitando o potencial de crescimento do setor de máquinas e equipamentos no Brasil. O setor está crescendo 18%, mas a previsão ao final do ano é de 5%, desacelerando. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.