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04/Sep/2025

Amazônia: desmate resulta em escassez de chuvas

O desmatamento da Amazônia brasileira é responsável por cerca de 74,5% da redução de chuvas e por 16,5% do aumento da temperatura do bioma nos meses de seca. Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram quantificar os impactos da perda de vegetação e das mudanças climáticas globais sobre a floresta. Liderado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), o estudo traz resultados fundamentais para orientar estratégias eficazes de mitigação e adaptação, temas da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, marcada para novembro em Belém (PA). Os resultados estão publicados na capa da revista Nature Communications.

Os cientistas analisaram dados ambientais, de mudanças atmosféricas e de cobertura da terra de aproximadamente 2,6 milhões de quilômetros quadrados (29 blocos com área de cerca de 300 Km por 300 Km cada um) na Amazônia Legal brasileira em um período de 35 anos (1985 a 2020). Utilizando modelos estatísticos paramétricos, destrincharam os efeitos da perda florestal e das alterações na temperatura, na precipitação e nas taxas de mistura de gases de efeito estufa. As chuvas apresentaram uma redução de cerca de 21 milímetros (mm) na estação seca por ano, com o desmatamento contribuindo para uma diminuição de 15,8 mm. A temperatura máxima aumentou cerca de 2°C, sendo 16,5% atribuídos ao efeito da perda florestal e o restante às mudanças climáticas globais.

Vários artigos científicos sobre a Amazônia já vêm mostrando que a temperatura está mais alta, que a chuva tem diminuído e a estação seca aumentou, mas ainda não havia a separação do efeito das mudanças climáticas, causadas principalmente pela poluição de países do Hemisfério Norte, e do desmatamento provocado pelo próprio Brasil. Por meio desse estudo, foi possível separar e dar peso para cada um desses componentes, praticamente mostrando uma espécie de conta a pagar. Os efeitos das transformações, principalmente na temperatura e precipitação, são muito mais importantes nas primeiras percentagens de desmatamento (10% a 40%). Ou seja, temos de preservar a floresta, isso fica muito claro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.