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04/Sep/2025

Brasil: safras de grãos batem recordes sucessivos

As safras de grãos no Brasil batem recordes sucessivos. Na temporada 2024/2025, a tendência se mantém. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que os produtores brasileiros deverão colocar no mercado 345,2 milhões de toneladas, alta de 15,6% sobre 2023/2024. A maior produção de grãos da história do Brasil deverá ser impulsionada por marcas inéditas em produtos como soja, cuja previsão é crescer 15% em relação à safra anterior; milho, com aumento projetado em 19%; algodão, que deve ter incremento de 7%; sorgo, com expectativa de salto de 23%; e amendoim, que deve ter acréscimo de 45%, ultrapassando, pela primeira vez, 1 milhão de toneladas. Os números superam até as perspectivas mais otimistas.

Um documento de 2024 com as projeções do agronegócio nacional elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com 13 entidades, entre elas a própria Conab, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), traçou previsões de produção de grãos para dez anos. Pelo levantamento, o Brasil produziria, em 2024/25, 319 milhões de toneladas. Um volume de quase 345 milhões, 8% acima da expectativa, só era previsto para 2028/2029. Fora dos grãos, um recorde de produção deverá ser registrado neste ano em produtos florestais, alta de pelo menos 11% em relação ao ano passado. Nos combustíveis, a produção de etanol foi a maior já registrada, com 34,96 bilhões de litros no ciclo 2024/2025 da cana-de-açúcar, encerrado em março, 4,06% acima da safra anterior.

O biodiesel deve crescer 10% em 2025, chegando a 9,9 bilhões de litros. As carnes também bateram recordes: em 2024, foram 10,2 milhões de toneladas de carne bovina, 14,2% a mais que em 2023; 13,6 milhões de toneladas de frango, avanço de 2,4%; e 5,3 milhões de toneladas de carne suína, alta de 1,2%. Para 2025, as projeções indicam novos crescimentos para frango e suínos. As vendas externas de carne pelo Brasil em 2024 também foram as mais expressivas da história: 2,89 milhões de toneladas de bovina, 5,3 milhões de frango e 1,35 milhão de suína. Exceto o frango, que pode ter leve queda em 2025, motivada pelo caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul em maio, as outras duas devem crescer, mesmo com a tarifa de 50% do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a carne bovina.

Assim, o País deve manter a liderança nas exportações globais de carne. Relatórios do BTG Pactual e da Cogo Inteligência em Agronegócio mostram como o Brasil virou um dos maiores exportadores mundiais em vários produtos do agronegócio, como a soja, que lidera as exportações, além de ser o terceiro maior exportador de milho, o segundo de etanol e o primeiro de algodão, café, açúcar, tabaco e suco de laranja. Suco, café, algodão e couros bateram recordes de volume exportado no último ano-safra (julho 2024 a junho 2025). Soja e milho devem encerrar 2025 com os maiores volumes já embarcados: 109 milhões e 45 milhões de toneladas, respectivamente. Para os próximos anos, são esperados novos avanços no agro. Segundo a MB Agro, o Brasil continuará respondendo às demandas globais por alimentos e energia, em curva ascendente.

O Brasil é um dos poucos países com a condição geográfica, clima tropical e tecnologia, que permitiu desenvolver sistemas de plantio e variedades adaptadas. Para os países que não conseguem suprir suas necessidades, existem poucas alternativas para comprar além do Brasil. Os produtores brasileiros conseguem atingir índices impressionantes, mesmo sem apoio governamental expressivo, o que é confirmado pelo relatório do BTG: segundo o documento, o Brasil é o quinto país do mundo com o agro menos subsidiado. O total de recursos para financiar um ciclo anual da produção agropecuária no Brasil está estimado por especialistas em R$ 1,3 trilhão. O valor anunciado pelo governo federal para o Plano Safra 2025/26 foi de R$ 605,2 bilhões, R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a familiar, o que corresponde a pouco mais de 46% das necessidades.

Esse fator se soma às dificuldades de acesso ao crédito no Brasil, caro e burocrático. E com um agravante: a ausência de políticas públicas eficazes voltadas ao seguro rural. Sem contar os entraves logísticos, que atrasam e oneram o escoamento. Diante deste cenário, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) avalia que uma das principais dificuldades dos produtores para manter o ritmo de crescimento é equilibrar as contas. Apesar dos aumentos de safra, o preço por unidade colhida vem caindo, o que até justifica o aumento em volume, como forma de compensar a perda de renda. A Coopercitrus concorda e acrescenta dois itens à lista de gargalos que o cooperativismo pode ajudar a enfrentar: a diversificação da lavoura e a sucessão no campo. É preciso garantir a continuidade dos negócios e, para isso, introduzir e envolver as novas gerações no agro, com tecnologia, escolas e auxílio jurídico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.