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04/Sep/2025

PIB da Agropecuária forte no 2º trimestre de 2025

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a praticamente estabilidade do PIB Agropecuário no segundo trimestre, com leve queda se 0,1% na margem, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se deu graças ao bom desempenho do milho, da soja e do forte abate de bovinos. Mas, há um problema de metodologia, que deve ser solucionado em breve, que também contribuiu para a robustez da agropecuária no segundo trimestre. O IBGE ainda o considera o perfil das colheitas de 2006. Naquela época, a 2ª safra de milho era pequena, tanto que era chamada de “safrinha”. Hoje, a produção é relevante.

No número de PIB trimestral, o IBGE coloca o perfil da safra que foi feito em 2017. Isso vai mudar bem. Milho e soja ajudaram, do lado das lavouras, e o abate de bovinos ainda está vindo bem, apesar de que desacelerando. Para o terceiro trimestre, com a soja e o milho saindo da conta, basicamente neste trimestre em curso, e com o abate de bovinos consolidando a desaceleração, o PIB agropecuário vai desacelerar e os bons números passarão a ser vistos como coisas do passado. Então, com o fato do milho e da soja saírem da conta, basicamente, no terceiro trimestre, e com esse número dos bovinos, o terceiro trimestre o PIB Agropecuário vá mostrar uma desaceleração forte em relação ao segundo trimestre.

A colheita de milho e soja no próximo ano deve ser menor, com impacto no PIB Agregado. Vale lembrar que apesar da leve queda de 0,1% do PIB Agropecuário na margem, na comparação interanual, com o segundo trimestre do ano passado, há crescimento de 10,1%. Esses números elevados vão ficar para trás e podem apresentar uma variação perto de zero. Tem a questão de preço e questão de o produtor estar com muita dívida. Inclusive os bovinos, que têm um peso grande na comparação do PIB Agro, provavelmente terão variação negativa no que vem.

Segundo a MB Associados, o crescimento da agropecuária tem sido o motor da economia brasileira, mas o cenário macroeconômico ainda enfrenta desafios, como os juros elevados. Boa parte do crescimento brasileiro em 2025 vai ser por conta do agro. O agro já tinha crescido mais de 10% no primeiro trimestre, voltou a crescer 10% no segundo trimestre (na comparação anual), vai crescer em torno de 9% a 10% esse ano. Vai ser responsável quase metade do crescimento do PIB em 2025. O crescimento do setor agropecuário tem sido consistente ao longo das últimas décadas.

O PIB do agro tem sido em grande parte responsável pelo crescimento da economia brasileira. Só que crescer dessa forma e dessa magnitude tem suas consequências. A grande consequência que aconteceu nos últimos anos é o processo inflacionário que a gente está vivendo. Para 2025, a projeção é de um crescimento do PIB em torno de 2%, sustentado principalmente pelo agro. É de longe o segmento que vai crescer com mais intensidade neste ano. E muito provavelmente também ano que vem.

A combinação de inflação persistente e juros altos tem impacto direto sobre a indústria, o comércio e os serviços, gerando desaceleração do consumo. O aumento do crédito para pessoa física tem sido muito forte, sinalizando que você tem um consumidor que corroeu parte da renda. Os juros estão elevados e ela está desacelerando o consumo. O Banco Central precisará manter a Selic elevada para conter a inflação. O Banco Central está tentando fazer o trabalho dele, sozinho. A política fiscal não está ajudando já há uns 3 anos, pelo menos. Então, o Banco Central tem que manter Selic elevada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.