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04/Sep/2025

EUA provoca incertezas no comércio agrícola global

Segundo a StoneX, uma decisão de tribunal federal de apelações nos Estados Unidos que questionou a legalidade de tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, somada ao fortalecimento de alianças entre China, Rússia, Índia e Brasil, aumenta a volatilidade no comércio agrícola global. Donald Trump pode perder alavancagem significativa com outros países. O colegiado concluiu na sexta-feira (29/08) que a declaração de emergência nacional usada para justificar parte das tarifas recíprocas excedeu a autoridade presidencial. A decisão não abrange todas as taxações, ficam fora, por exemplo, as aplicadas sobre aço, alumínio e automóveis, amparadas em defesa nacional, assim como parte das tarifas sobre a China adotadas no primeiro mandato e mantidas pelo governo Biden. Mas, cobre a maior parte dos tributos que geraram cerca de US$ 159 bilhões ao Tesouro norte-americano neste ano.

Existe a possibilidade de o Departamento do Tesouro ter de devolver cerca de US$ 160 bilhões em receitas, o que colocaria o órgão sob pressão e teria implicações para rendimentos dos Treasuries e para as taxas de juros. O caso deve chegar rapidamente à Suprema Corte, e o desfecho "pode ir para qualquer lado". Enquanto isso, a China busca ampliar suas alianças. Na reunião da Organização para Cooperação de Xangai (SCO), em Pequim, o presidente Xi Jinping anunciou 100 projetos sociais em países do bloco, avaliados em 2 bilhões de yuans (cerca de US$ 280 milhões), além de empréstimos de 10 bilhões de yuans a serem liberados nos próximos três anos. Xi também propôs acelerar a criação de um banco de desenvolvimento da SCO, destinado a financiar comércio e infraestrutura entre os membros. O grupo aprovou ainda uma estratégia de dez anos defendendo o fortalecimento do comércio multilateral dentro da OMC. China, Rússia, Índia e Brasil agora se unem para enfrentar as políticas comerciais do presidente norte-americano Donald Trump.

As conversas recentes entre China e Estados Unidos foram descritas pelos dois lados como “complicadas” e terminaram sem acordo. A próxima rodada deve ocorrer apenas no fim de outubro ou início de novembro. A prioridade dos Estados Unidos é garantir o fluxo de minerais de terras raras, essenciais para automóveis, eletrônicos e defesa. A China controla cerca de 90% do processamento de terras raras e ímãs no mundo e está usando isso como alavancagem. O movimento chinês reflete ambições de longo prazo. Xi Jinping e o Partido Comunista estão comprometidos com o objetivo de se tornarem a economia e força militar número um do mundo. Ceder às demandas de Donald Trump atrasaria esses planos por muitos anos. A estratégia aprofunda o endividamento via subsídios domésticos e inclui o esforço de reduzir o peso do dólar no comércio internacional, um processo “difícil”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.