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02/Sep/2025

Missão do setor privado busca abrir diálogo nos EUA

Cerca de 130 empresários embarcam para os Estados Unidos nesta semana, em missão empresarial organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O objetivo é abrir caminhos para reverter a taxa de 50% aplicada sobre produtos brasileiros. Os setores mais afetados pelo tarifaço também estarão representados, como máquinas e equipamentos, madeira, café e cerâmica. A agenda inclui reuniões com empresários e parlamentares norte-americanos, encontros bilaterais com instituições parceiras e uma plenária com representantes do setor público e privado dos dois países para fortalecer o diálogo e avaliar os impactos comerciais e estratégias para aprofundar a parceria econômica entre os dois países. Também está prevista reunião com a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti. O propósito da missão empresarial é aprofundar o diálogo e contribuir para as negociações, por meio de argumentos técnicos.

As economias brasileira e norte-americana são complementares. A contribuição da CNI nesse processo busca reforçar a necessidade de que Brasil e Estados Unidos utilizem os canais estruturados de cooperação existentes para garantir que as relações comerciais e de investimento permaneçam justas, recíprocas e benéficas para ambos os países. Nesta quarta-feira (03/08), haverá uma reunião no Capitólio, a sede do legislativo norte-americano. Também estão previstas reuniões bilaterais com instituições brasileiras e suas contrapartes/parceiros nos Estados Unidos. Os representantes da indústria terão ainda audiência com a embaixadora do Brasil em Washington. Paralelamente, entre 9h e 17h, por meio do embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, a entidade brasileira vai participar da audiência pública relacionada ao processo contra o Brasil, aberto pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) com base na Seção 301 da Lei de Comércio.

A investigação, aberta em 15 de julho, abrange temas como comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, proteção de propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e questões ambientais (como desmatamento ilegal). A CNI já apresentou posicionamento técnico argumentando que o País não aplica práticas desleais ou discriminatórias que prejudiquem a competitividade das empresas norte-americanas e sustentou que as preocupações identificadas pelo USTR não justificam medidas restritivas ao comércio nos termos da Seção 301. A CNI destaca que não há base jurídica ou factual para a imposição das tarifas adicionais, que o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos é mutuamente benéfico, com superávit para os Estados Unidos e tarifas baixas, e que medidas unilaterais enfraquecem essa parceria estratégica.

A agenda prossegue na quinta-feira (04/09), com um diálogo empresarial Brasil-EUA para discutir os impactos comerciais e as estratégias para aprofundar a parceria econômica entre os dois países. Participam CNI, a US Chamber of Commerce, a Amcham Brasil e o Brasil-US CEO Forum. Em outra mesa, estarão os representantes dos diferentes setores (brasileiros e norte-americanos). Dirigentes de 8 federações estaduais da indústria integram a comitiva: Goiás (Fieg), Minas Gerais (Fiemg), Paraíba (Fiepb), Paraná (Fiep), Rio de Janeiro (Firjan), Rio Grande do Norte (Fiern), Santa Catarina (Fiesc) e São Paulo (Fiesp). Entre as associações setoriais, estão Abimaq (máquinas e equipamentos); Abrinq (brinquedos); Abal (alumínio); Abiec (carnes); Abimci (madeiras); Cecafé (café); ABFA (ferramentas); Anfacer (cerâmica); CentroRochas (Rochas); CICB (couro). Entre as empresas participantes, estão Tupy, Embraer, Stefanini, Novelis e Siemens Energy. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.