01/Sep/2025

O dólar registrou leve alta ante o Real na sexta-feira (29/08), encerrando a semana na estabilidade, conforme o mercado doméstico acompanhou o noticiário sobre o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos, com dados da maior economia do mundo também no radar. O dólar fechou em alta de 0,30%, a R$ 5,42. Na semana passada, a moeda acumulou baixa de 0,01%, enquanto no mês de agosto teve queda de 3,18%. A moeda norte-americana pressionou o Real durante praticamente toda a sessão, já que os agentes financeiros reagiam a notícias da véspera de que o Brasil se encaminhava para adotar medidas de reciprocidade contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

O Ministério das Relações Exteriores acionou a Câmara de Comércio Exterior (Camex) na quinta-feira (28/08) para analisar a aplicação pelo Brasil da Lei da Reciprocidade Econômica sobre os Estados Unidos. Na esteira da preocupação em torno de um potencial agravamento na disputa entre os dois países, os investidores demonstraram aversão à divisa brasileira. A máxima foi de R$ 5,44 (+0,66%), atingida na primeira hora de negociações. Mas, depois do temor inicial, o mercado ficou aliviado com falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que disse que não está com pressa para adotar medidas de reciprocidade e reiterou que o Brasil deseja negociar com os Estados Unidos para resolver o impasse.

A Manchester Investimentos já esperava uma abertura em alta, principalmente depois das notícias sobre a reciprocidade contra as tarifas. Mas, como o presidente Lula disse que não está com pressa, ajudou a acalmar o mercado. Além disso, há poucas notícias influenciando o dólar de forma positiva ou negativa. No período da manhã, a volatilidade no mercado de câmbio local também foi maior devido à disputa pela taxa Ptax de fim de mês. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. A mínima do dia foi de R$ 5,39 (-0,26%). O Banco Central vendeu US$ 250 milhões em um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra). A operação terá como data de recompra o dia 2 de dezembro de 2025.

No cenário externo, as atenções dos agentes financeiros estiveram voltadas para a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, que vieram em linha com o esperado. O governo norte-americano informou que o índice PCE teve alta de 0,2% em julho, ante um avanço de 0,3% no mês anterior. Em 12 meses até julho, o índice, que é o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), repetiu a alta de 2,6% registrada em junho. Tanto o número da base mensal quanto da base anual era esperado. Com isso, os operadores continuaram precificando uma chance alta, a 88%, de um corte de 0,25% nos juros em setembro, segundo dados da LSEG, com outra redução da mesma magnitude totalmente precificada até dezembro. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,10%, a 97,779. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.