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01/Sep/2025

Estudo sobre a desigualdade de renda no Brasil

De acordo com um estudo feito em parceria entre a Receita Federal e economistas do EU Tax Observatory, a população 1% mais rica do Brasil detém 27,4% da renda total do País, um dos níveis mais elevados do mundo. Os dados também mostram que o 0,1% mais rico (cerca de 150 mil pessoas, com renda anual média de R$ 4,6 milhões) concentra 12,4% de toda a renda, e o 0,01% mais rico (15 mil pessoas, com média de R$ 23 milhões por ano) responde por 6,1% da renda total. Outra conclusão dos economistas é de que o Brasil segue uma estrutura tributária regressiva. O grupo estimou que a alíquota efetiva total dos diferentes grupos da população, considerando todos os tributos pagos em todos os níveis de governo, varia entre 45% e 50% para a maioria dos grupos de renda, com um valor médio de 42,5%.

Apesar disso, os milionários em dólar (adultos que ganham pelo menos US$ 1 milhão por ano ou cerca de R$ 5,5 milhões, em linhas gerais o 0,01% do topo da distribuição) pagam apenas 20,6% de sua renda em tributos. A alíquota é baixa para os padrões internacionais. Nos Estados Unidos (um país com carga tributária como percentual do PIB inferior à do Brasil), pessoas com mais de US$ 1 milhão de renda destinam, em média, cerca de 36% de sua renda ao pagamento de impostos. O estudo utilizou dados detalhados de declarações de imposto de renda de pessoas físicas e empresas, conectando empresas a acionistas, permitindo uma atribuição precisa da renda empresarial aos indivíduos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou que o estudo chega num momento importante da história do Brasil, em que o País entra na era da transparência de dados.

O estudo corrobora uma tese que o ministro Haddad vem defendendo há muito tempo, pelo menos desde que assumiu o Ministério da Fazenda, a de que no Brasil a desigualdade social e tributária é muito pronunciada. O Brasil, historicamente, resistia a colocar seus dados à disposição da academia para estudos dessa natureza. A Receita Federal resguardou a identidade dos contribuintes brasileiros, mas ao mesmo tempo colocou os dados anônimos à disposição dos pesquisadores para dar ao público a situação da distribuição de renda no Brasil. Para Haddad, o estudo não poderia ser mais oportuno em virtude do fato de que, pela primeira vez na história do Brasil, o Congresso Nacional nas próximas semanas deve se manifestar sobre um primeiro e modesto passo na direção da busca por maior igualdade no País.

O Brasil não pode figurar entre as dez maiores economias do mundo e, ao mesmo tempo, estar entre as piores economias do ponto de vista de distribuição de renda. O Congresso tem se debruçado sobre esse tema, tem recebido da parte da opinião pública manifestações muito importantes por meio de pesquisas que estão sendo feitas, por meio de manifestações públicas de cidadãos nas redes sociais, nos meios de comunicação e, com exceção de um grupo mais extremado de deputados e senadores, o bom senso há de prevalecer para que o Brasil inicie uma trajetória. É um passo modesto, mas que vai abrir um caminho para o Brasil buscar o desenvolvimento sustentável.

É impossível para um país crescer de forma sustentável com esta distribuição de renda. É preciso dar mais transparência para a situação social que o Brasil vive, e garantir um futuro mais promissor. Dois pontos chamaram a atenção ao longo do trabalho. O primeiro é que a desigualdade no Brasil é muito maior do que se imaginava. Outro achado é que os mais ricos no Brasil pagam menos impostos que a média nacional e que os super ricos pagam menos impostos do que os super ricos de outros países. Isso, sem dúvida, coloca o Brasil entre os países mais desiguais do mundo em termos de renda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.