28/Aug/2025
Se Mato Grosso fosse um país, seria o terceiro maior produtor de soja do mundo, atrás apenas do Brasil e dos Estados Unidos. Na safra 2024/2025, o Estado superou a Argentina, produzindo 300 mil toneladas a mais do grão, e totalizando 50,6 milhões de toneladas. A liderança nacional também aparece no milho, no algodão e na carne bovina. A essência de Mato Grosso é agrícola: 71% agricultura e 29% pecuária, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). A produção soma R$ 230 bilhões ao PIB estadual e representa 56,2% do agrícola nacional. O agronegócio brasileiro contribui com 23,2% do PIB do País, hoje próximo de R$ 12 trilhões. Parte da posição de destaque do Brasil no agro mundial se deve ao Estado. Na safra 2024/2025, o País produziu 169,49 milhões de toneladas de soja; os Estados Unidos, 118 milhões de toneladas.
Só Mato Grosso alcançou quase metade da safra norte-americana, com 50,6 milhões de toneladas, 30,03% da produção nacional e 12,06% da mundial. Mais de 60% vão para exportação, in natura ou como óleo e farelo. O Estado também lidera a produção de milho, com 55 milhões de toneladas nesta safra, mais que o dobro de dez anos atrás e 40% do total nacional. Metade é exportada, mas o consumo interno já responde por 31,6%. O milho em Mato Grosso foi impulsionado pelas biorrefinarias, que absorvem a produção regional. O consumo maior no Estado também beneficiou produtores da Região Sul, que já não enfrentam a concorrência do grão da Região Centro-Oeste, diz a Embrapa Soja. Para a Fundação Mato Grosso, a alta produção favorece a industrialização. Quando se tem alta produtividade de grãos e insumos, também se consegue logística mais facilitada, o que atrai a indústria. No médio-norte, cresce a presença de usinas de etanol e derivados de milho. Produtores investem em infraestrutura para processar parte da safra na região. Em pouco mais de uma década, a expectativa é de que o Estado atinja o patamar de São Paulo em agroindústria.
A indústria de etanol de milho gera o DDG (resíduo para ração animal) e o Estado já começou a confinar bois. Empresas surgem ao redor do confinamento para insumos e serviços. Hoje, Mato Grosso conta com 321 agroindústrias: 137 algodoeiras, 57 laticínios, 51 frigoríficos de bovinos e suínos e 24 plantas de biodiesel e etanol. O algodão é destaque, com 72,5% da pluma nacional e 11% da mundial. Em dez anos, a produção triplicou, alcançando 2,9 milhões de toneladas. Além de soja, milho e algodão, o Estado tem o maior rebanho bovino do País: 32,8 milhões de cabeças, 14,3% do nacional. Do total, 7,4 milhões são abatidos anualmente. Técnicas de manejo como a Integração Lavoura Pecuária (ILP) permitem usar 5,1 milhões de hectares degradados e possibilitam até três safras, duas de grãos ou fibras e uma de carne. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.