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27/Aug/2025

Complementariedade do comércio entre Brasil-EUA

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), na relação do Brasil com os Estados Unidos, o comércio não é só de ganha-ganha, mas prevalece a complementariedade. São cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos. Os Estados Unidos são o destino para o qual o maior número de empresas brasileiras exporta. É o principal destino das exportações de produtos manufaturados, das exportações de produtos de maior conteúdo tecnológico. Enfim, por vários motivos é um comércio muito importante para o Brasil. Esse também é um comércio muito importante para os Estados Unidos, onde há uma relação de complementariedade, um comércio que gera um superávit importante para os norte-americanos, se essa é uma métrica relevante, o Brasil é, de fato, uma fonte importante de superávit para os Estados Unidos.

O Brasil é um país que tem um superávit com o mundo e um déficit com os Estados Unidos; e os norte-americanos, que têm um déficit trilionário com o mundo, têm um superávit com o Brasil. O comércio interessa por diferentes motivos, mas certamente gera oportunidades importantes nos dois sentidos. E aí a importância do setor privado neste momento tão delicado das relações bilaterais: o setor privado tem o poder e a capacidade de valorizar o relacionamento bilateral para formadores de opinião dos Estados Unidos, para autoridades do governo norte-americano, para tomadores de decisão. Tem um papel único, exerce um papel único nesse momento da história. O setor privado, além de valorizar o histórico de mais de 200 anos de relacionamento bilateral, também tem a capacidade de comunicar o potencial de uma agenda positiva entre os dois países.

Ainda há muito a ser feito com os Estados Unidos. Há potencial para aprofundar o relacionamento, por exemplo, na agenda de energia, agenda de resiliência de cadeias de valor, agenda agrícola, tecnologia agrícola e agenda de propriedade intelectual interessa a ambos. É importante justamente se valorizar o potencial da agenda positiva ainda a ser construída. É uma relação em que setor público e setor privado precisam trabalhar juntos, de maneira coordenada, exatamente, para reposicionar o comércio e o relacionamento bilateral Brasil-Estados Unidos, num contexto em que hoje é marcado por muitas dificuldades. No âmbito do governo federal, a atuação se dá em duas grandes frentes. A primeira é a frente de negociação. E há uma outra frente, que é a de atender as preocupações de empresas especialmente afetadas pelas medidas tarifárias adotadas pelo governo norte-americano.

Nesse contexto, o destaque é o Plano Brasil Soberano, com ações de linhas de crédito emergenciais, medidas tributárias, compras governamentais e abertura de novos mercados. Nessa agenda ampla, há um olhar para as empresas exportadoras brasileiras, especialmente para aquelas afetadas e para os trabalhadores dessas empresas. O Reintegra, que neste momento está sendo regulamentado, para atender as empresas afetadas pelas medidas norte-americanas. Há um decreto que precisa ser editado, que detalha aquilo que foi anunciado recentemente, mas, a ideia é que haja 3% a mais em relação ao Reintegra que já existe hoje, que é de 0,1%. É devolução de resíduos tributários equivalentes a 3,1% do valor da mercadoria exportada, seja para os Estados Unidos, seja para outro destino, mas, de novo, com foco naquelas empresas especialmente afetadas e nos produtos que, de fato, foram cobertos pelas sobretaxas norte-americanas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.