27/Aug/2025
Segundo a XP, o agronegócio brasileiro vive em 2025 um "forte freio de arrumação", provocado pela combinação de juros altos e pelo tarifaço global imposto pelos Estados Unidos. O Brasil foi extremamente beneficiado no primeiro mandato de Donald Trump, quando ganhou espaço na disputa comercial com a China, mas agora, no "Trump 2", o País passou a carregar uma "carga irracional" de 50% de tarifas por disputas diplomáticas e questões secundárias. O agro é cíclico por natureza, é uma fábrica a céu aberto. Hoje, o setor passa por um forte freio de arrumação, na medida em que por muitos anos o agro gerou margens muito elevadas e caixa, e o agricultor é empreendedor. Então ele cresce, compra mais terra, arrenda.
Mas, a atual conjuntura internacional eleva os riscos para o setor, em especial na área de insumos. Um terço dos fertilizantes usados no Brasil vem da Rússia e eventuais sanções norte-americanas contra o comércio com os russos podem ter efeitos graves. Se realmente o Brasil for punido por isso, vai ser muito complicado. A Índia já foi alvo de restrições por importar petróleo russo. Apesar de os Estados Unidos representarem apenas 6% das exportações do agronegócio brasileiro (cerca de US$ 12 bilhões em um total de US$ 40 bilhões), o país é o principal concorrente do Brasil em soja, milho, algodão e carnes.
Produtos como café, carnes, pescados, frutas e fumo já sofrem tarifação, e o café permanece sem liberação. O Brasil ainda não encontrou os canais nos Estados Unidos para conseguir retirar as tarifas. A promessa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quadruplicar as exportações de soja norte-americanas para a China não guarda relação com a realidade. Os Estados Unidos não conseguem produzir essa quantidade de soja e não têm essa soja para exportar para a China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.