27/Aug/2025
A três meses de embarcar ao Brasil para participar da COP30, o CEO da montadora sueca Scania, Christian Levin, teme que a conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas seja de "muito papo" e pouca ação. Apesar disso, ele considera como positivo a agenda ambiental voltar ao centro das atenções, após uma série de turbulências que abalaram o planeta, e diz ver ambiente para avanços em razão do chamado para a ação vindo das tragédias climáticas cada vez mais frequentes. O executivo espera que a pauta sobre como tornar a energia renovável mais barata, e os combustíveis fósseis, mais caros, esteja no centro do debate. Apesar dos avanços da tecnologia, como maior autonomia e equipamentos que permitem uma recarga mais rápida, a adoção dos caminhões elétricos pesados, inferior a 1,5% das vendas na Europa, tem sido considerada decepcionante pelo grupo sueco.
Junto com a desconfiança sobre a disposição dos governos em seguir em frente com as iniciativas de descarbonização, a expansão em velocidade pouco satisfatória da infraestrutura de distribuição de energia e das redes de recarga das baterias está entre os obstáculos que vem impedindo uma transição mais rápida a fontes de energia renovável. A Scania pretende dedicar sua agenda em Belém a conversas com autoridades brasileiras sobre o preço e a oferta de biogás, combustível que pode ser usado em um dos modelos produzidos na fábrica da montadora em São Bernardo do Campo (SP). É preciso ser educado, mas também provocativo em relação à liderança política. Além da montadora sueca, Levin é CEO do grupo Traton, braço da Volkswagen em veículos comerciais que reúne, além da Scania, as marcas MAN, International e Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Depois da pandemia, guerra na Ucrânia, escalada dos conflitos no Oriente Médio e, agora, as tarifas no comércio com os Estados Unidos, a ameaça das mudanças climáticas finalmente está voltando à mesa de discussão dos formuladores de políticas públicas. A Europa está sendo particularmente afetada por desastres naturais, mas também o Brasil. É preciso fazer algo porque essa é, além das guerras nucleares, a maior ameaça para a humanidade. "Estou realmente ansioso e realmente esperançoso. Acho que não vai ser um fiasco como talvez tenha sido a última. Desta vez, realmente acredito", afirmou o executivo em relação a suas expectativas para a COP30. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.