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22/Aug/2025

Intenção de Consumo das Famílias cai em agosto

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a recuar em agosto, caindo 0,3% contra julho, descontados os efeitos sazonais, após três meses de alta. Foi identificada queda da maioria dos itens da pesquisa nessa comparação. Em relação à comparação anual houve redução da intenção da ordem de 0,6%, porém, alguns itens mostraram avanço. Mesmo com essas reduções, o indicador se mantém acima do nível de otimismo (101,6 pontos sem ajuste sazonal e 102,9 pontos com ajuste). A maioria dos componentes revelou movimento de baixa na comparação com agosto de 2024. As exceções referem-se ao Nível de Consumo Atual - ICF, que subiu 1,1%; Acesso ao Crédito, alta de 1,4%; e Perspectiva Profissional - ICF, a maior elevação do mês, atingindo mais 3,1%.

Mesmo com essa maior facilidade das compras a prazo pelo terceiro mês, a percepção do momento para compra de bens duráveis continuou com a maior retração, de 6,9%, mostrando a forte influência do aumento da taxa Selic desde o ano passado. A Renda Atual - ICF apresentou queda de 3%, revelando que os preços continuam sendo um desafio para o poder de compra da população. O crescimento anual do Acesso ao Crédito foi acompanhado por uma estabilidade na comparação mensal, mostrando maior cautela com a liquidez do mercado de crédito, mas ainda com os consumidores em um patamar melhor do que em 2024 em relação às compras a prazo. O percentual daqueles que consideram mais fácil o acesso recuou para 32,6% (de 32,8% no mês anterior), o menor desde abril de 2020 (33,1%). O Emprego Atual - ICF teve leve queda no mês, de 0,2%, convergindo para a tendência do resultado da análise anual, um recuo de 1,3%, uma piora na percepção das famílias em relação ao mercado de trabalho no curto prazo.

A Perspectiva Profissional - ICF também voltou a recuar na comparação mensal em agosto, mas obteve a maior taxa positiva frente ao ano passado, de 3,1%. Outro fator positivo para os próximos meses é que 53,2% das famílias possuem perspectiva positiva sobre o emprego, o maior porcentual desde março de 2024 (53,3%). Com a perspectiva para os próximos meses do mercado de trabalho mais dividida, a Perspectiva do Consumo - ICF ficou estável no mês e recuou 0,2% em relação ao ano passado. A necessidade do crédito para manter o consumo continua aquecendo o comércio imediato, mas a Selic mais alta começa a afetar a inadimplência e freia o movimento. Assim como o mercado de trabalho voltou a gerar cautela, mas com a perspectiva profissional ainda resistindo positivamente. A intenção de consumir em agosto teve queda em ambas as faixas de renda analisadas.

O indicador das famílias com renda abaixo de 10 salários-mínimos retraiu 0,1% em relação a agosto de 2024, compensando a alta de julho, mas ainda ficando acima do nível de otimismo (100,3 pontos após o ajuste sazonal). Enquanto isso, as famílias com renda acima de 10 salários-mínimos recuaram 2,4%, permanecendo em tendência de queda durante todo o ano. O item Acesso ao Crédito - ICF foi um dos que colaboraram para essa diferença, com alta anual de 2,1% entre as famílias de menor renda e queda de 1,4% para as com maior renda, mostrando que as instituições financeiras estão dando mais atenção para esse grupo com até 10 salários-mínimos no momento de fornecer crédito para compras a prazo. Em relação ao mercado de trabalho, o arrefecimento mensal da Perspectiva Profissional - ICF observado no indicador geral foi apresentado com a mesma força para ambos os casos, com queda de 0,5% para os dois grupos.

Considerando todos os fatores, a Perspectiva de Consumo - ICF teve aumento de 1,7% nas famílias com rendimentos abaixo de 10 salários-mínimos e taxa de -7,8% naquelas com maiores rendimentos, frente a agosto de 2024. A análise anual por gênero revelou movimentos similares. As mulheres tiveram queda de 0,5%, enquanto os homens tiveram um indicador 0,7% abaixo do apresentado em agosto de 2024. Em relação ao Acesso ao Crédito - ICF, o público masculino apresentou alta de 1,8%, levemente superior ao das mulheres, que aumentaram 1,2%, sendo eles menos atingidos pela seletividade do mercado de crédito. Ambos os gêneros perceberam avanço na Perspectiva Profissional - ICF, com as mulheres se destacando desta vez, com alta de 3,4% frente a 2,7% para o público masculino. Com essa percepção mais positiva sobre o emprego futuro, as mulheres demonstraram crescimento de 1,4% na Perspectiva de Consumo - ICF, enquanto os homens experimentaram queda de 1,3% no indicador. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.