22/Aug/2025

Em maio, os executivos da Home Depot disseram aos investidores que planejam manter os preços, apesar das tarifas. Eles até se gabaram de que sua capacidade de fazê-lo representava "uma grande oportunidade para ganharmos participação". Avançando três meses para o seu último relatório trimestral, a varejista agora diz que haverá alguma movimentação modesta de preços em algumas categorias. Agora, alguns dos produtos importados, obviamente, têm tarifas significativamente mais altas hoje do que em maio. Na verdade, isso não é óbvio. Com todas as idas e vindas, ameaças e acordos de última hora, os investidores poderiam ser perdoados por não terem uma ideia clara de como estão as contas de importação da Home Depot agora, em comparação com três meses atrás.

Mas, isso destaca um ponto mais amplo: com toda a incerteza sobre tarifas, tem feito sentido para as empresas manterem a linha nos preços. Afinal, por que irritar os clientes com um aumento de preço em relação a uma tarifa que pode desaparecer em um instante? No entanto, as empresas não podem ficar de braços cruzados para sempre. Os investidores aguardam a atualização do segundo trimestre para uma orientação mais completa. O Goldman Sachs lançou mais luz sobre o que está acontecendo. Analisando a primeira onda de tarifas contra a China em fevereiro, observou-se que as empresas norte-americanas inicialmente absorveram os custos, mas agora estão repassando mais aos consumidores. Isso faz sentido. Além de aguardar a clareza das tarifas, também leva tempo para negociar novos preços com fornecedores e clientes.

E muitas vezes houve oportunidades de estocar produtos antes dos prazos declarados pelo presidente norte-americano Donald Trump. Mas, quanto mais tempo as tarifas permanecerem em vigor, mais elas afetarão os preços ao consumidor. As implicações são preocupantes. Isso significa que as tarifas do "Dia da Libertação" declaradas em abril e negociadas nos últimos meses, bem como as tarifas setoriais sobre itens como automóveis, aço e assim por diante, ainda não estão sendo totalmente sentidas. Os economistas do Goldman Sachs estimam que os consumidores absorveram apenas 22% do custo total das tarifas até junho, mas esse percentual aumentará para 67% até outubro. Em resumo, a verdadeira conta das tarifas ainda não chegou. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.