21/Aug/2025
Uma das vitrines do Brasil na Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a sociobioeconomia, ainda patina no acesso a crédito. A informalidade do segmento, desenvolvido por pequenos empreendedores, é uma das principais barreiras para a concessão do crédito na Amazônia. Segundo o Sicredi, a informalidade torna a concessão de crédito para a bioeconomia mais complexa. Essa é uma das maiores dificuldades para a penetração do setor bancário na região, em especial na Amazônia Legal, onde há uma preocupação muito maior com as atividades desenvolvidas. A bioeconomia ainda demanda esforços para a formalização da atividade.
É importante para que quem pretende financiar atividade econômica dentro da floresta se sinta seguro em compliance ambiental e no cumprimento de questões regulatórias. Hoje, os entraves para liberação de crédito para pequenos e médios negócios na região vão desde a comprovação do uso sustentável dos recursos à regularização fundiária e à demonstração do cumprimento de critérios socioambientais. Soma-se a isso o fato de os pequenos empreendimentos não disporem, muitas vezes, de estruturas adequadas de governança, projetos formalizados ou mecanismos consistentes de monitoramento, controle e geração de evidências.
Outro fator atrelado à dificuldade de gerenciamento de risco pelos agentes financeiros é que se está falando de carteiras compostas majoritariamente por operações de menor porte. Do lado regulatório, o Sicredi aponta que há possibilidade de evolução no acesso a dados atualizados por parte de órgãos fiscalizadores e licenciadores, o que mitiga riscos para as instituições financeiras atuarem nesses setores. O próprio Sicredi firmou parceria com o Sebrae na região para levar apoio técnico aos empreendedores. Uma primeira rodada de visitas a cada entidade e organização será feita em outubro. O objetivo é criar um canal de escuta para atender de forma mais organizada aos empreendimentos da região.
Com o olhar da COP, aumentou a demanda por recursos para negócios ligados à sociobioeconomia. Há demanda e há crédito, mas é preciso superar a barreira da formalização. O Sicredi Norte, que atua na Região Metropolitana de Belém (PA), quer alcançar R$ 70 milhões destinados a crédito verde até o fim deste ano, ante os atuais R$ 63 milhões. Na Amazônia Legal, a carteira de crédito para economia verde do Sicredi chegou a R$ 7,497 bilhões, equivalente a 13,61% da carteira verde total do banco cooperativo, de R$ 58 bilhões. O Sicredi atua em 271 municípios na região com 410 agências físicas e 1,5 milhão de associados. Hoje a maior demanda no bioma amazônico é para agricultura de baixo carbono e painéis solares. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.