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20/Aug/2025

Dólar sobe com acirramento de tensões Brasil-EUA

O dólar acelerou os ganhos nesta terça-feira (19/08) e fechou com alta de 1,22%, a R$ 5,50, o maior valor de fechamento desde o dia 5 de agosto. Investidores liquidaram papéis de grandes bancos na Bolsa e recompuseram posições cambiais defensivas por receio de escalada das tensões entre Brasil e Estados Unidos. Motivo: incertezas provocadas pela decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a aplicação de leis estrangeiras. Rumores indicam que pesquisa Genial/Quaest, a ser divulgada nesta quarta-feira (20/08), mostrará melhora na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que deu combustível extra ao dólar. Na quinta-feira (21/08), sai levantamento sobre a eleição presidencial de 2026. Embora divisas emergentes e de países exportadores de commodities tenham recuado, em dia de queda do petróleo e do minério de ferro, o Real liderou as perdas ante o dólar.

Segundo o Travelex Bank, o Real teve a melhor performance entre emergentes desde o fim de julho e está devolvendo um pouco agora com essa escalada da crise envolvendo as tarifas e a política externa. Ao analisar decisão da Justiça do Reino Unido sobre indenização a vítimas do desastre de Mariana e Brumadinho (MG), Flávio Dino esclareceu que ordens judiciais estrangeiras só valem após homologação da Justiça nacional no Brasil. Embora motivada por um caso específico, a decisão protege cidadãos brasileiros dos efeitos da Lei Magnitsky, utilizada pelo governo norte-americano para sancionar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, acusado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de promover uma ‘caça às bruxas’ no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro Flávio Dino reiterou que não há eficácia automática de leis estrangeiras em território nacional.

A decisão de Flávio Dino provocou uma onda de dúvidas e apreensão no setor bancário, que já busca auxílio jurídico no exterior. Os bancos podem sofrer sanções dos Estados Unidos se não adotarem restrições a Alexandre de Moraes baseadas na Lei Magnitsky. De outro lado, se cumprirem, podem contrariar a legislação brasileira. Os bancos nacionais estão ‘entre a cruz e a espada’. Todos têm relacionamento e usam serviços de bancos e grandes empresas norte-americanas. O aumento da percepção de risco tende a afastar investidores estrangeiros da bolsa doméstica, o que acaba respingando no Real. Os ministros do STF teriam sido aconselhados por bancos públicos e privados a transferir seus recursos para cooperativas de crédito, mas recusaram a proposta por considerarem que a operação representaria uma capitulação do Brasil e do próprio STF.

No exterior, o índice DXY (Dollar Index), que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, apresentava leve alta, pouco acima dos 98,200 pontos. O Dollar Index recua mais de 1,70% em agosto e cerca de 9% no ano. Com agenda enxuta nesta terça-feira (19/08), investidores apenas ajustaram posições à espera da divulgação nesta quarta-feira (20/08), da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira (22/08). Entre os indicadores, o Departamento do Comércio informou que as construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos subiram 5,2% em julho, bem acima da expectativa de 0,3%. Já as permissões para novas obras recuaram 2,8% no mês passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.