20/Aug/2025
Ajudar a construir uma ponte que una projetos a recursos financeiros é o objetivo que levou o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) a elaborar o documento "Brasil de Soluções". Nele estão listadas e detalhadas 72 soluções concretas para implementar tanto a mitigação quanto a adaptação climática. Todas as ações bem-sucedidas e desenvolvidas pelo setor privado brasileiro. São 135 projetos, mas foram destacados 72 que evidenciam que o setor empresarial está comprometido com a implementação, entregando resultados mensuráveis, replicáveis e escaláveis. A busca é por ter soluções que deem concretude aos projetos climáticos brasileiros, conectando iniciativas de alto impacto a financiadores nacionais e internacionais. O Brasil de Soluções foi entregue, no dia 14 de agosto, em primeira mão, ao empresário Dan Ioschpe, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como Campeão de Alto Nível do Clima da COP30.
Nesse cargo, Ioschpe apoia a presidência da COP30 justamente com a função de ampliar e fortalecer ações climáticas voluntárias para a implementação do Acordo de Paris. Ele concorda que os casos selecionados pelo CEBDS estão alinhados à meta de fazer da próxima COP um marco de implementação. Ao reunir um arsenal de iniciativas já desenvolvidas, o programa ajuda a destravar gargalos e acelerar sua chegada à ponta, garantindo resultados concretos e em ritmo mais vigoroso, avalia Ioschpe. Na percepção do empresário, a realização da COP30 no Brasil amplia o leque de soluções viáveis porque o País tem escala e diversidade em energia elétrica, combustíveis para navegação e aviação, transporte terrestre, floresta, agricultura, biocombustíveis e adaptação urbana. Ao combinar o seu porte continental com a capacidade de exportar tecnologias, o Brasil mostra como escalar economicamente essas respostas. A expectativa é que a COP30, e possivelmente as edições seguintes, mantenham foco central na implementação.
Mesmo otimista em relação ao propósito de a COP30 ser marcada pela implementação, o CEBDS admite que a atração de recursos para os projetos de ação climática não é fácil e evita definir uma meta de captação decorrente das negociações em Belém. Os fundos impõem exigências que nações emergentes não conseguem cumprir, enquanto os beneficiários pouco entendem o que o financiador está exigindo. Os critérios bancários tradicionais (histórico de crédito, garantias, etc) não atendem tecnologias ou negócios novos, como, por exemplo o reflorestamento. Por isso mesmo, a aposta é no detalhamento dos casos reunidos no "Brasil de Soluções" que mostra onde é preciso e onde se encaixa cada tipo de financiamento. A transição climática depende menos de promessas abstratas e mais de todos sentarem-se à mesa, alinharem condições e destravarem fluxos de investimento com rapidez e escala. Os 135 projetos do "Brasil de Soluções" foram desenvolvidos por 58 empresas, em todas as regiões do País e englobam as áreas de florestas, energia, indústria, agricultura, infraestrutura, pecuária, entre outros.
Deles, 53% são monitorados com metodologias reconhecidas internacionalmente e 79% têm relação com redução de emissões, geração de créditos de carbono e/ou adaptação climática. Além disso, 58% dos projetos têm o envolvimento de comunidades locais, 59% envolvem parcerias com outras instituições e 40% fizeram parceria com instituições de ensino. É o caso da Siemens Energy, que investiu cerca de R$ 1,4 milhão para financiar bolsas de estudo e modernizar laboratórios do Instituto Federal do Pará. A ação visa à formação de 160 jovens para atuarem com energia renovável. A ideia era apostar em trabalhos que a transição energética traz, causando impacto na população de Belém para além da duração da COP. O objetivo é mostrar, de forma palpável, que a transição energética eleva renda e oportunidades na Amazônia, afirma a Siemens Energy. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.