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19/Aug/2025

Dólar avança em meio às incertezas geopolíticas

O dólar subiu ante o Real nesta segunda-feira (18/08), na esteira dos ganhos da moeda norte-americana no exterior, à medida que os mercados globais demonstraram aversão ao risco em meio às incertezas geopolíticas e na expectativa pelo simpósio de Jackson Hole, do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O dólar fechou em alta de 0,66%, a R$ 5,43. O movimento do Real nesta sessão teve como pano de fundo a busca dos agentes por ativos seguros, ainda em reação a uma cúpula na sexta-feira (15/08) entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que acabou sem acordo para acabar com a guerra na Ucrânia. Apesar dos relatos de progresso feitos pelas duas partes após a reunião dos líderes, não houve entendimentos concretos na cúpula ou mesmo o acordo por um cessar-fogo, deixando os mercados pessimistas quanto à possibilidade de resolução do conflito.

Os investidores monitoraram ao longo desta segunda-feira (18/08) um encontro de Donald Trump com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, conforme o mandatário norte-americano busca convencer o lado ucraniano a aceitar um acordo de paz. Na reunião, Trump afirmou que os Estados Unidos "ajudariam" a Europa a fornecer segurança para a Ucrânia como parte de qualquer acordo para acabar com a guerra. Ele também expressou esperança de que possa haver uma reunião trilateral com Putin e o presidente ucraniano. Segundo a FB Capital, o dólar abriu com viés de alta e consolidou o movimento de valorização, à medida que a agenda andava, sobretudo a agenda geopolítica. No último pregão, o dólar cedeu refletindo um entusiasmo com o encontro Trump-Putin. Como terminou sem acordo, o mercado está devolvendo. É mais um ajuste em relação à expectativa que havia sido criada. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,29%, a 98,116. Na cotação máxima do dia, o dólar atingiu R$ 5,44 (+0,76%). Na mínima, a moeda chegou a R$ 5,40 (+0,03%), logo após a abertura.

Além da questão geopolítica, os agentes financeiros seguem atentos às perspectivas para a política monetária do Federal Reserve, de olho, em particular, no discurso do chair Jerome Powell, na sexta-feira (22/08), no simpósio econômico de Jackson Hole. Apostas recentes de que o Fed poderá cortar a taxa de juros em setembro gerou um movimento de fraqueza global do dólar ao longo do último mês, o que pode ser revertido caso Powell faça um discurso agressivo contra a inflação no país. Na cena doméstica, o mercado nacional continua monitorando as tentativas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negociar a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a negociação tarifária entre os dois parceiros não está ocorrendo porque o lado norte-americano quer impor aos brasileiros uma solução "constitucionalmente impossível". O Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.