14/Aug/2025
O dólar fechou em leve alta ante o Real nesta quarta-feira (13/08), recuperando parte da forte perda da véspera, mas oscilando em faixa estreita, depois que o governo anunciou um plano de contingência para empresas afetadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos sem grandes surpresas. O dólar fechou em alta de 0,28%, a R$ 5,40. As atenções dos investidores nesta sessão estiveram voltadas novamente para o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória para ajudar exportadores, com destaque para uma linha de crédito de R$ 30 bilhões. Além disso, haverá aportes de R$ 4,5 bilhões em diferentes fundos garantidores e até R$ 5 bilhões em créditos tributários a exportadores. Das despesas previstas, R$ 9,5 bilhões devem ficar fora da contabilidade da meta fiscal. O plano de ajuda era amplamente esperado pelo mercado, tanto por conta do potencial de proteger o setor produtivo como pelas preocupações com o impacto fiscal das medidas.
Agentes financeiros temiam que o pacote pudesse comprometer as metas para as contas públicas. No entanto, a MP não destoou do que já vinha sendo antecipado por autoridades envolvidas no assunto, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Com isso, o anúncio do pacote não gerou muitas movimentações no mercado cambial. Por outro lado, o mercado segue receoso com a perspectiva para negociações entre Brasil e Estados Unidos, uma vez que o governo brasileiro parece não conseguir abrir canais de diálogo com o governo norte-americano. Uma conversa entre Haddad e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, antes agendada para esta quarta-feira (13/08), foi cancelada pelo governo dos Estados Unidos. O governo brasileiro busca ampliar a lista de isenções já concedidas a uma série de produtos. Na máxima, o dólar atingiu R$ 5,41(+0,45%). Na mínima, a moeda alcançou R$ 5,38 (-0,11%). Os ganhos da divisa norte-americana no pregão se seguiram a uma perda de 1,06% na véspera, quando atingiu seu menor valor desde junho do ano passado, a R$ 5,38.
A valorização recente do Real está atrelada a uma onda de fraqueza global do dólar, na esteira do aumento das apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai cortar a taxa de juros já em seu próximo encontro, em setembro, após dados fracos de emprego e números moderados de inflação. As apostas dos operadores são de 100% de chance de um corte de 0,25% em setembro, devido aos números fracos de emprego nos Estados Unidos. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,21%, a 97,828. O Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025. A autarquia também relatou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 118 milhões em agosto até o dia 8. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.