13/Aug/2025
O dólar fechou em forte baixa ante o Real nesta terça-feira (12/08), na esteira das perdas da moeda norte-americana no exterior, depois que dados de inflação moderados nos Estados Unidos solidificaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortará a taxa de juros a partir de setembro. O dólar fechou em baixa de 1,06%, a R$ 5,38, alcançando a menor cotação desde 14 de junho de 2024, quando havia atingido R$ 5,38. Os movimentos do Real nesta sessão tiveram como pano de fundo as quedas da divisa dos Estados Unidos ante a maioria de seus pares no exterior, em particular moedas emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno. Os mercados globais reagiram com apetite por risco a dados de inflação nos Estados Unidos que mostraram que os preços ao consumidor tiveram uma alta de 0,2% em julho, exatamente em linha com a projeção de economistas e abaixo do ganho de 0,3% de junho. Em 12 meses, o índice se manteve em 2,7%.
Diante do relatório moderado, que se somaram a dados recentes fracos de emprego para julho, os agentes financeiros concluíram que o Fed poderá cortar a taxa de juros já em seu próximo encontro, em setembro, atendendo a um pedido frequente do presidente norte-americano Donald Trump. Operadores precificam mais de 90% de chance de um corte de 0,25% nos juros no próximo mês, segundo dados da LSEG, com outra redução da mesma magnitude totalmente precificada até dezembro. O aumento do diferencial de juros entre Estados Unidos e Brasil, que tem a Selic em 15%, favorece o Real. Segundo a One Investimentos, o movimento ficou bem claro depois dos dados de inflação. Com os Estados Unidos fazendo cortes, a disparidade de juros deve se manter, o que acaba atraindo capital para o Brasil, mesmo que seja mais especulativo. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,44%, a 98,061. A moeda brasileira também recebeu um impulso doméstico com os fortes ganhos da bolsa brasileira, que gerou uma maior entrada de capital estrangeiro, à medida que os investidores analisaram uma série de balanços corporativos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,66%, a 137.878,56 pontos, maior patamar em cerca de um mês. Na mínima do dia, o dólar atingiu R$ 5,38 (-1,07%), perto do fechamento. A máxima foi de R$ 5,44 (-0,02%), logo após a abertura. O mercado doméstico praticamente deixou de lado o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos, conforme o governo brasileiro enfrenta dificuldades para negociar com o governo norte-americano a tarifa de 50% imposta por Trump na semana passada. Uma ligação entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, antes prevista para esta quarta-feira (13/08), foi desmarcada pelo lado norte-americano. A expectativa é de que o Executivo anuncie nesta semana um plano de contingência para empresas mais afetadas pela taxação dos Estados Unidos. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.