13/Aug/2025
Segundo o Itaú BBA, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) elevou a probabilidade de ocorrência de La Niña a partir de outubro, cenário que pode influenciar o desenvolvimento das lavouras no Brasil na safra 2025/2026. O fenômeno, associado historicamente a chuvas acima da média nas Regiões Norte e Nordeste e estiagens na Região Sul, ainda não é consenso entre os modelos climáticos, mas já acende o alerta para ajustes no planejamento agrícola. A NOAA elevou a probabilidade de ocorrência de La Niña a partir de outubro. Em meados de julho, o Oceano Pacífico Equatorial seguia em estado de El Niño-Oscilação Sul (ENSO) neutro, com 75% de chance de manutenção entre julho e setembro de 2025.
Para o trimestre outubro-dezembro, a probabilidade de ENSO neutro cai para 49%, abrindo espaço para aumento das chances de La Niña. Apesar da mudança, o Itaú BBA avalia que, no ciclo 2025/2026, o risco de eventos extremos associados ao fenômeno é menor do que em anos recentes, reduzindo, por ora, as preocupações com estiagens prolongadas na Região Sul ou excesso de precipitação nas Regiões Norte e Nordeste. Há divergências entre os principais modelos. O norte-americano indica volumes de chuva próximos à média histórica na Região Sul a partir de setembro, enquanto o europeu não projeta precipitação significativa no mesmo período.
Esse desencontro mantém a incerteza sobre os impactos imediatos, reforçando a necessidade de acompanhamento das atualizações climáticas. Para agosto, o cenário aponta temperaturas baixas e chuvas concentradas na Região Sul, com possibilidade de geadas nos próximos dias no Sul, em São Paulo e até em áreas do sul de Minas Gerais. A frente fria prevista tende a limitar a ocorrência de precipitações na segunda semana do mês, com retorno das chuvas mais para o final de agosto. O armazenamento hídrico na Região Sul deve permanecer elevado, favorecendo o desenvolvimento das culturas de inverno. Em julho, o Brasil registrou chuvas irregulares. Na Região Sul, volumes expressivos mantiveram a umidade do solo e beneficiaram lavouras de inverno, mas atrasaram o plantio do trigo e a colheita do feijão 2ª safra em algumas áreas.
Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o clima seco acelerou a maturação e a colheita do milho e do algodão, mas a restrição hídrica no sudoeste de Mato Grosso do Sul e na região central de São Paulo afetou o trigo. Nos Estados Unidos, o clima manteve-se favorável, com projeções recordes para a safra de milho e bom desempenho de soja e algodão. O milho apresenta excelente desenvolvimento, com projeções indicando a maior safra da história americana. A soja mantém lavouras bem estabelecidas e expectativa de produtividade acima da média. No algodão, mesmo com chuvas intensas no início de julho, os dados reforçam o otimismo para a temporada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.