13/Aug/2025

Segundo a Capital Economics, a postura do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação a Brasil, Índia e África do Sul, que historicamente mantêm relações mais cordiais com os Estados Unidos, alimentou a ideia de que os membros do BRICS deveriam se concentrar em fortalecer os laços entre si. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido um dos proponentes mais expressivos do movimento, enquanto vale destacar que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitará a China pela primeira vez em sete anos no final deste mês. Enquanto as tarifas elevadas permanecerem em vigor, o discurso diplomático em torno dos BRICS será de maior coesão.

Mas, isso não terá um impacto tangível, como laços comerciais mais profundos ou um afastamento acentuado do dólar. Embora as tarifas possam dar um impulso extra ao diálogo entre os BRICS, elas até agora são apenas uma fachada para a ideia de uma cooperação mais profunda. No momento, a prioridade para a maioria é limitar os danos em suas respectivas relações com os Estados Unidos. Embora o comércio entre o bloco esteja crescendo, ele é predominantemente dominado pelos laços bilaterais com a China. E parte disso é uma potencial causa de atrito. A China exportou grandes quantidades de produtos manufaturados para a África do Sul, Brasil e Índia nos últimos anos, em detrimento das ambições industriais nacionais desses países.

Com exceção das compras de petróleo russo pela Índia, os outros membros do BRICS não têm grande importância uns para os outros, o que limita os benefícios de uma integração mais estreita. Excluindo a China, apenas cerca de 2% a 5% das exportações de bens da Índia, Brasil e África do Sul vão para os outros BRICS, em comparação com 8% a 18% para os Estados Unidos. A ideia de uma moeda do BRICS é outro ‘pesadelo’ de Trump, mas, na realidade, continua sendo um ponto insustentável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.