12/Aug/2025

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) alertou para os desafios atuais nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, avaliando que o Brasil perdeu importantes "janelas de negociação" que poderiam facilitar acordos para produtos agrícolas. O País está exposto a um processo comercial muito mais complexo. Isso tem impacto direto na capacidade do agronegócio brasileiro de avançar nas negociações para retirar ou reduzir a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. O setor agrícola tem características específicas que exigem timing preciso, com "janelas" para plantio, preparo do solo e outras etapas que, se perdidas, comprometem a produtividade.

Essa complexidade vai além do café, tradicional produto brasileiro com grande peso na pauta de exportações dos Estados Unidos, e se estende a máquinas, equipamentos e carnes. A manutenção da tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre grande parte dos produtos nacionais exportados demonstra que houve equívocos do governo nacional nas conversações com os norte-americanos. O momento exige uma revisão das estratégias diplomáticas e a intensificação do diálogo. A diplomacia brasileira precisa buscar novos elementos e novas formas de negociar, pois o mundo ficou completamente diferente. Em negociações internacionais, cada país tem uma realidade específica e que se não negocia, vai ficar sujeito à agenda daquele que está contra a sua circunstância.

A compra de diesel pelo Brasil junto à Rússia pode se tornar um tema sensível nas conversações com os Estados Unidos. Seria extremamente ruim e negativo se os Estados Unidos penalizassem o Brasil por comprar fertilizantes de um único fornecedor, mas o combustível é o grande desafio, porque é possível encontrar derivados em outros lugares. A combinação desses fatores intensifica a sensação de insegurança no agronegócio, e torna ainda mais urgente a abertura de um espaço de diálogo entre Brasil e Estados Unidos. Para o Brasil, é fundamental que haja conversas, negociações e diálogos intensos em todas as frentes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.