08/Aug/2025
A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) levou ao vice-presidente Geraldo Alckmin propostas de linhas de crédito, flexibilização trabalhista e ampliação do programa Reintegra para enfrentar o tarifaço dos Estados Unidos. Alckmin acatou a questão da inclusão numa lista de exceção do setor calçadista. A entidade trouxe as pautas para o plano de contingência, que deverá minimizar os impactos das tarifas enquanto o setor não consegue uma redução ou inclusão dos calçados na lista de exclusão. Entre as ações sugeridas, estão a liberação de linhas de crédito, a flexibilização trabalhista para evitar demissões e a ampliação do Reintegra, programa que devolve crédito tributário acumulado ao longo da cadeia. Esses itens deverão ser anunciados, conforme o vice-presidente, no início da próxima semana. Já estão ocorrendo no setor suspensão de pedidos de produtos e isso deverá gerar demissões em um segundo momento.
Quase tudo do que foi proposto pela Abicalçados ao governo já está dentro do que deverá ser anunciado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério da Fazenda. Caso o imposto de importação seja mantido, o setor estima uma queda de 9% nas exportações nos próximos 12 meses, que poderá acarretar uma perda de 8 mil postos de trabalho diretos na indústria, que corresponde, em toda a cadeia (desde a indústria de insumos até o varejo), a cerca de 20 mil postos de trabalho. Por isso a urgência nessa questão das medidas de contingência e trabalhar para que o setor calçadista seja incluído em uma lista de exceção ou que realmente consiga reduzir os 50% para um valor palatável para todos os lados. O percentual "ideal" seria de 10%, mas para não perder a competitividade, poderia enfrentar uma tarifa de 15%, tal qual a União Europeia, que também é produtora de calçados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.