08/Aug/2025
Em um cenário em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chacoalhou a economia mundial desde a sua posse em 20 de janeiro, o Brasil já sente os efeitos das mudanças no comércio global. Nos primeiros sete meses deste ano, houve um aumento das exportações brasileiras para os Estados Unidos e um crescimento das importações da China. Os dados da balança comercial de julho foram divulgados na quarta-feira (06/08). Eles ainda não contemplam o tarifaço de Trump, mas indicam que os exportadores brasileiros correram para antecipar as exportações para os norte-americanos ao longo desses meses, enquanto os chineses ampliaram as vendas para o Brasil. Entre janeiro e julho, as exportações do Brasil para os Estados Unidos somaram US$ 23,719 bilhões, um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 22,757 bilhões), os norte-americanos responderam por 12% das compras brasileiras. O valor é recorde para o período.
Os números da balança comercial dos sete primeiros meses também revelam um crescimento das importações da China para o Brasil. Nesse período, elas somaram US$ 41,658 bilhões, uma alta de 19,97% na comparação com o mesmo período de 2024 (US$ 34,723 bilhões). Desde o início das ameaças de Trump, analistas já alertavam para a possibilidade de um aumento de produtos da China no Brasil em cenário de dificuldade na relação com os Estados Unidos. Os dois países ainda negociam um acordo. Em junho, boa parte desse aumento foi de carro elétrico. Há um imposto de importação para carro elétrico, que é mais baixo do que para os normais. Só que existe um cronograma de esse imposto ir convergindo para o Imposto de Importação de um carro normal. E isso acontece sempre em julho. Todo mês de julho esse Imposto de Importação aumenta, e o que as empresas fazem é aumentar a importação de carros em maio e junho. Uma parte desse crescimento da China é mais sazonal, ocorre por um fator exógeno. Ao todo, as exportações brasileiras também bateram recorde e somaram US$ 198 bilhões entre janeiro e julho, um valor parecido com o do ano passado (US$ 197,8 bilhões).
As importações chegaram a US$ 161 bilhões, acima dos US$ 148,7 bilhões de 2024. Nesse período, portanto, o Brasil acumula um saldo comercial de US$ 37 bilhões, abaixo dos US$ 49,1 bilhões observados entre janeiro e julho. Na passagem de 2024 para 2025, já havia a expectativa de que o resultado da balança comercial seria mais fraco este ano. Do lado das exportações, os preços das commodities vendidas pelo Brasil estão em queda. Já as importações estão aumentando por causa do crescimento econômico do País; as compras no setor de bens de capital, por exemplo, subiram 15,3%, para US$ 24,6 bilhões. Os preços das commodities que o Brasil exporta vêm caindo. Eles vinham em queda em 2023, 2024 e seguem a mesma história até julho deste ano, apesar de a quantidade vendida estar relativamente igual. Do lado das importações, elas continuam fortes por causa da economia aquecida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.