08/Aug/2025
A diretora de programa da COP30, Alice Amorim, afirmou que o setor público tem, progressivamente, se apropriado da discussão climática e que o próprio G20 mostrou isso ao denotar que a política pública de clima deve pautar decisões fiscais e monetárias, e vice-versa. Cada investimento colocado nas estratégias de mitigação e adaptação ao clima acaba significando menos investimento que será preciso para perdas e danos. A diretora de programa da COP30 também considera que é possível atrair mais investimentos para o Sul Global olhando não apenas a meta de US$ 1,3 trilhão em financiamento climático, mas até a "perspectiva mais macro do Acordo de Paris", quando os países acordaram que todos os fluxos financeiros (públicos e privados) precisam estar alinhados para a construção de adaptação ao clima. A COP30 vai ser o começo de uma nova era de implementação, é um processo, uma etapa mais macro na transformação da economia e da sociedade.
A COP30, que será sediada no Brasil, pode colocar o País em "outro patamar" na busca por soluções climáticas. A CEO da COP30, Ana Toni, afirma que o Brasil deve "usar" a conferência, que será sediada no País, para mostrar que pode ser um grande provedor de soluções, como em agricultura (com agricultura regenerativa, agrofloresta, reflorestamento e bioeconomia, por exemplo) e energia renovável. A ideia é que o País deixe na COP30 legado de "quais soluções o Brasil implementou, e são escaláveis" para fora. O Brasil também deseja deixar como legado a questão de financiamento, de como é possível mobilizar US$ 1,3 trilhão em soluções climáticas. A fala faz referência à meta definida na COP29 de que seja apresentado, na COP30, um documento, feito por Azerbaijão e Brasil, países que sediam COP29 e COP30, sobre caminhos para mobilizar este montante. Outro legado da COP30 é para que haja o entendimento de que é preciso uma revolução sobre como lidar com a natureza. É preciso adaptar. Para todos os setores: agricultura, energia, infraestrutura, logística.
Nesse sentido, a COP30 está em um momento de mostrar a urgência sobre as mudanças climáticas em vigor e entender como respondê-las. O tema de clima não é só ambiental, mas econômico, de desenvolvimento e crescimento. A COP30 busca abordar uma "agenda de ação", que aborde como implementar objetivos traçados em outras COPs. Primeiro a COP30 precisa, inclusive, valorizar acordos internacionais. Ana Toni, afirmou saber que há "controvérsias" sobre a definição de Belém como a sede da COP30, mas garantiu que "vai ser uma das melhores COPs", que tratará como escalar soluções nas diversas áreas da mudança do clima. No fim de julho, o embaixador André Corrêa do Lago, escolhido para ser presidente da COP30 em novembro, disse que há um esforço muito grande do governo, liderado pela Casa Civil, para conseguir convencer os hotéis de Belém, no Pará, a baixarem os preços para o evento, diante de aumento de até 10 vezes acima do valor normal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.