08/Aug/2025

Segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF), a intensificação das tarifas comerciais lideradas pelos Estados Unidos está reconfigurando a inflação global. As tarifas estão reforçando a inflação nos setores de bens dentro dos Estados Unidos, enquanto a demanda global em enfraquecimento e a valorização cambial puxam no sentido oposto em muitos de seus parceiros comerciais. Os bancos centrais estão cada vez mais pressionados por forças divergentes e operam em um ambiente "menos sincronizado e mais politicamente carregado". Embora a transmissão global de tarifas aos preços ao consumidor tenha sido historicamente parcial e desigual, a atual onda tarifária testa esses amortecedores. Nos Estados Unidos, a pressão inflacionária se concentra em bens manufaturados, como eletrônicos, eletrodomésticos, vestuário e máquinas, enquanto os serviços seguem atrelados a salários e habitação.

Ao mesmo tempo, a economia norte-americana dá sinais de desaceleração, com consumo estagnado e investimentos cautelosos. A ansiedade sobre o desempenho econômico dos Estados Unidos pode aumentar à medida que os efeitos negativos de suas políticas comerciais e migratórias se acumulam. No Brasil, o Banco Central seguiu elevando juros até junho, em resposta à inflação persistente de serviços e ao gasto fiscal estruturalmente elevado que alimenta a demanda excessiva, diferentemente de outros emergentes, que pausaram cortes. A divergência do Brasil em relação à tendência mais ampla reflete o papel crescente de fatores domésticos. Na Europa, o BCE interrompeu os cortes em junho, adotando uma postura de "esperar para ver". Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve os juros estáveis em julho, com dissidências a favor de cortes e uma diretoria dividida diante dos choques de preços impulsionados pela oferta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.