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07/Aug/2025

Governo avalia que EUA não está aberto ao diálogo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (06/08) que, no dia em que sua “intuição” lhe disser que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está disposto a negociar o tarifaço sobre produtos brasileiros não terá dúvida de ligar. O presidente ressaltou que não há nada anormal na relação comercial entre os dois países e lembrou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam superávit de mais de US$ 400 bilhões com o Brasil. Ainda segundo ele, dos 74 principais produtos norte-americanos importados, grande parte entra no País com tarifa zero, e a média de imposto é de apenas 2,7%. Lula voltou a defender o direito de o Brasil de regular empresas de tecnologia (big techs) conforme as leis brasileiras e soberania nacional. Ele também reiterou que o Brasil não tem parceiro privilegiado e que seu compromisso é com quem quiser comprar e vender.

O presidente informou que está em diálogo constante com sua equipe de ministros e com empresários, promovendo reuniões diárias para definir as próximas medidas. Ele ressaltou que as negociações estão sendo lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo ele, se não houver abertura para uma solução negociada, tomará decisões “que não tenham mais volta”. Ainda assim, garantiu que o País vai esgotar todas as possibilidades de diálogo, inclusive utilizando os canais da Organização Mundial do Comércio (OMC), mesmo reconhecendo que são processos demorados. Lula reforçou que não pretende se rebaixar diante da postura norte-americana. Afirmou que, no dia em que sentir que há disposição real para uma conversa, não terá dúvidas em telefonar para Donald Trump. “Mas eu não vou me humilhar”, frisou. Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que atuaram nos bastidores para insuflar os Estados Unidos contra o Brasil.

Lula chegou a dizer que ambos deveriam ser processados e condenados como “traidores da pátria”. “Se tivesse um mínimo de civilidade, ele teria feito como eu fiz: perdi eleições e fui para casa me preparar para a próxima”, afirmou. O presidente Lula afirmou ainda que Donald Trump não mencionou nas cartas interesse em negociar. O comunicado norte-americano foi recebido de forma "totalmente autoritária" pelo governo brasileiro. Ele classificou a medida como mais do que uma "simples intromissão", afirmando que se tratava do próprio presidente dos Estados Unidos agindo como se pudesse ditar regras a um país soberano. Lula afirmou ainda que até poderia anunciar uma taxação sobre produtos norte-americanos, mas decidiu não fazê-lo por não querer adotar o mesmo tipo de comportamento de Trump. O presidente ressaltou que o Brasil não está encontrando interlocução com o governo norte-americano, mas que a diplomacia brasileira está aberta para o diálogo.

Lula ressaltou que quando os Estados Unidos quiserem conversar, o Brasil estará disponível. Ele afirmou acreditar que países que possuem 201 anos de relação diplomática civilizada não vão jogar isso fora por atitude “destemperada". Lula comentou que o governo atua para lidar com os impactos do tarifaço sobre empresas nacionais. Além disso, Lula afirmou que o governo está empenhado em convencer empresários norte-americanos a se posicionarem contra as medidas de Trump, destacando a importância do engajamento do setor privado dos Estados Unidos na contenção dos efeitos do tarifaço. Ao ser questionado sobre um plano de contingência, disse que o Brasil fará o que estiver ao alcance da economia nacional, sempre mantendo a responsabilidade fiscal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.