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07/Aug/2025

Tarifa dos EUA: empresas esperam ajuda do governo

As empresas afetadas pela tarifa de importação de 50% aplicada a partir desta quarta-feira (06/08), pelos Estados Unidos, vão depender muito, em um primeiro momento, de um plano de contingência que vem sendo preparado pelo governo para dar um suporte aos setores afetados. Mas ainda não está claro o que estará incluído nesse plano. Na segunda-feira (04/08), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que esse plano pode prever, no curto prazo, compras governamentais e linha de crédito subsidiado para setores prejudicados. As medidas já estão desenhadas e orçadas, têm impacto primário, que é uma coisa pequena, que pode acontecer, dentro das regras fiscais, afirmou ele.

Membros da equipe econômica têm demonstrado uma preocupação de que essas medidas de socorro sejam bem calibradas, para que não se transformem em despesas permanentes, a ponto de agravar o quadro fiscal. Isso foi visto durante a pandemia de Covid-19: alguns programas, como o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), acabaram durando muito mais do que se previa. As empresas, por sua vez, já levaram ao governo seus pedidos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, elaborou um documento com oito pleitos do setor industrial, que foram entregues ao vice-presidente Geraldo Alckmin na semana passada.

Na lista figuram, entre outras coisas, a criação de uma linha de crédito do BNDES, com taxas entre 1% e 4% para capital de giro, ampliação do prazo de 750 para 1.500 dias para liquidação dos Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACC), a reativação do Programa Seguro Emprego (PSE) criado na pandemia e o adiamento por 120 dias do pagamento de impostos federais. Na terça-feira (05/08), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também falou dessa ajuda, sem dar detalhes. Segundo ele, diante do tarifaço anunciado pelos Estados Unidos, o governo colocará em execução um plano de contingência para mitigar o que chamou de “ataque injusto” e aliviar seus prejuízos econômicos sociais. Ele disse também que todas as medidas cabíveis serão tomadas, até mesmo um recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC), um gesto, na verdade, talvez mais político do que prático, já que Trump nem reconhece a OMC.

No final da semana passada, o presidente Donald Trump parecia ter aberto alguma porta às conversas com o presidente brasileiro, ao dizer que “Lula pode falar comigo quando quiser”. Na sequência, ao ser perguntado sobre o que estaria em pauta para o Brasil, completou: “Vamos ver o que acontece. Eu amo o povo brasileiro”. Essa ligação, porém, não ocorreu. “Não vou ligar para o Trump para conversar, não, porque ele não quer falar”, disse Lula na terça-feira (05/08). “Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP30. Porque quero saber o que ele pensa da questão climática.” Mas essa, definitivamente, não é uma preocupação do presidente norte-americano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.