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07/Aug/2025

Comércio Brasil-EUA deverá recuar com o tarifaço

Segundo o Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, ao longo do tempo, o aumento da tarifa imposta pelos Estados Unidos ao Brasil terá efeito no comércio bilateral, que tende a ser reduzido. No entanto, ao analisar o desempenho agregado das exportações, é difícil atribuir o crescimento das vendas de produtos aos Estados Unidos a um movimento de antecipação à nova sobretaxa, sobretudo em razão das características de cada produto. Café e carne ficaram de fora da lista de exceção e cresceram pouco. Aeronave ficou na lista de exceção, mas cresceu muito. Houve aumento nas exportações para os Estados Unidos de aeronaves, máquinas e sucos de frutas, especialmente suco de laranja. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a exportação de café não torrado teve crescimento de 5% em julho para os Estados Unidos, com queda de 30% em quantidade. A carne bovina teve variação positiva de 3,3% no mês, e queda de 12% em quantidade.

A exportação de sucos de fruta, sobretudo de laranja, cresceu 32,2%, e a de aeronaves subiu 159%. No caso das aeronaves, embora a variação percentual pareça elevada, trata-se de exportações pontuais e de bens com alto valor agregado. No caso do petróleo, que não foi incluído na tarifa, mas ainda assim registrou queda nas exportações para os Estados Unidos, um dos principais compradores do produto brasileiro. As oscilações neste item são frequentes e decorrem de questões documentais: em determinados meses, grandes volumes são desembaraçados; em outros, o volume é reduzido. As exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram relativamente pouco em julho, com alta de 3,8% no mês, enquanto o total das exportações do País avançou 4,8% no mesmo período. Não é possível saber quanto teria crescido ou recuado o comércio bilateral na ausência do "tarifaço", mas representantes de setores afetados relataram a possibilidade de um movimento de antecipação motivado pela sobretaxa.

Diversos fatores influenciam, de maneiras distintas, o comércio bilateral, mas destacou que a demanda segue sendo o principal determinante. "O que determina esse comércio, principalmente agora mais recente, é demanda. O País vem com crescimento do PIB robusto do ano passado de 3%, este ano acima de 2%. Isso faz com que o Brasil demande bens importados. Tanto as exportações quanto as importações entre Brasil e Estados Unidos vêm crescendo, com recorde registrado no ano passado e expansão mantida ao longo deste ano. O Brasil registra déficit estrutural com os Estados Unidos há cerca de 15 anos e é difícil reverter essa tendência. Isso se deve, em grande parte, ao fato de os dois países competirem em diversos mercados, especialmente no setor agrícola, no qual os Estados Unidos são uma grande potência. Isso faz parte da composição da estrutura produtiva dos países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.