05/Aug/2025

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou nesta segunda-feira (04/08) que o plano de contingência para mitigar os efeitos econômicos da tarifa de 50% de importação imposta pelos Estados Unidos deve focar em produtos perecíveis, ao falar das ações na mesa para o setor de alimentos. A prioridade é colocar mais produtos na lista de exceção à taxa que atinge parte da pauta exportadora do Brasil ao país. Apenas US$ 1,220 bilhão dos embarques do agronegócio foram poupados na medida do governo norte-americano.

Cerca de 82% das exportações do agro brasileiro aos Estados Unidos ficaram de fora das exceções do tarifaço de Trump. Ainda, Paulo Teixeira afirmou que sugeriu ao governo comprar os produtos que deixarão de ser exportados para os Estados Unidos por causa das tarifas adotadas pelo país norte-americano. As compras governamentais, portanto, estão entre as mais de 30 medidas apresentadas por ministérios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que caberá ao mandatário escolher quais ações do "plano de contingência" serão implementadas.

As compras podem acontecer em três modalidades: por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar, para merendas; via Programa de Aquisição de Alimentos; ou na modalidade de compras institucionais, para abastecer hospitais ou universidades, por exemplo. O Ministério do Trabalho e Emprego afirmou que o governo está conduzindo estudos para avaliar a eventual necessidade de reagir caso as tarifas sobre produtos brasileiros anunciadas pelos Estados Unidos entrem em vigor e produzam impactos. Qualquer decisão só será tomada depois do dia 6 de agosto quando passam a valer as tarifas.

É preciso aguardar as consolidações para poder tomar a decisão. Isso vale para todos os setores que ainda não saíram da lista de tarifas. A incerteza sobre as medidas é grande. A partir de uma relação de empresas que poderiam ser afetadas pelas tarifas, é possível projetar quais seriam as repercussões econômicas. O ministério e o governo podem, a partir disso, orientar a tomada de decisões. Foi reiterada a disposição do governo brasileiro para negociar aspectos comerciais com os Estados Unidos e quaisquer outros países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.