04/Aug/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva aumentando a tarifa sobre o Canadá de 25% para 35%. "O Canadá não cooperou para conter o fluxo contínuo de fentanil e outras drogas ilícitas e retaliou contra os Estados Unidos pelas ações do Presidente para lidar com essa ameaça incomum e extraordinária aos Estados Unidos", diz comunicado da Casa Branca divulgado na quinta-feira (31/07). Em resposta à contínua inação e retaliação do Canadá, o presidente Trump considerou necessário aumentar a tarifa sobre o Canadá de 25% para 35% para lidar efetivamente com a emergência existente, diz documento. Contudo, mercadorias qualificadas para tratamento tarifário preferencial sob o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) continuam não sujeitas às tarifas do IEEPA Canadá. Em caso de desrespeito, mercadorias transbordadas para fugir da tarifa de 35% estarão sujeitas, em vez disso, a uma tarifa de transbordo de 40%.
Donald Trump puniu o Canadá com uma tarifa de importação de 35%, sugerindo ser uma retaliação ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney, que prometeu reconhecer a Palestina em setembro. A taxa de 35% vale para toda importação não abrangida pelo tratado comercial USMCA. A grande maioria dos produtos, portanto, segue protegida. A justificativa foi a “inação” do governo canadense e em “retaliação” ao comportamento de Carney. Até então, o primeiro-ministro vinha dizendo que as negociações com Trump eram construtivas, mas admitia que elas poderiam não ser concluídas no prazo. Na semana passada, ele se juntou à França, prometendo reconhecimento do Estado palestino desde que a Autoridade Palestina cumpra algumas condições: reformas, eleições (sem o Hamas), medidas anticorrupção e um Estado desmilitarizado.
A decisão de Carney foi parecida com a do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que ameaçou embarcar no movimento diplomático da França, a menos que Israel adote medidas para amenizar a fome em Gaza e aceite um cessar-fogo. Curiosamente, a reação de Trump não foi a mesma. O presidente estava ao lado de Starmer no momento do anúncio e não disse nada. “Não me importo que ele assuma uma posição”, afirmou o norte-americano, ao ser questionado se concordava com o britânico. Foi só no dia seguinte que ele voltou a repetir o mantra de Israel, que o reconhecimento do Estado Palestino seria uma “recompensa para o Hamas”. Apesar da pressão norte-americana, Israel está cada vez mais isolado. A Eslovênia se tornou o primeiro país da Europa a adotar um embargo proibindo a compra, venda e trânsito de armas israelenses pelo país. Israel respondeu, dizendo que a decisão da Eslovênia é “irrelevante”, já que o comércio entre os dois países é pequeno.
No dia 31 de julho, os Estados Unidos também impuseram sanções a integrantes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), acusados de “internacionalizar o conflito com Israel”. Segundo o Departamento de Estado, a medida inclui a suspensão de vistos de membros das duas organizações por apoiarem o terrorismo e incitarem a violência. O governo norte-americano não especificou quem seriam as pessoas afetadas pelas sanções. A recusa em conceder vistos pode dificultar a participação na Assembleia-Geral da ONU, em setembro, quando França, Canadá e Reino Unido podem anunciar o reconhecimento da Palestina. O presidente dos Estados Unidos sinalizou que está aberto à negociação de novos acordos comerciais, inclusive com o Canadá. Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.