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01/Aug/2025

Dólar avança com a disputa técnica e alta externa

O dólar fechou a esta quinta-feira (31/07) em alta ante o Real, novamente na faixa dos R$ 5,60, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante parte das demais divisas no exterior, um dia após os Estados Unidos confirmarem uma tarifa de 50% para os produtos brasileiros, mas com uma série de exceções. A primeira metade da sessão foi marcada ainda pela disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês, que trouxe volatilidade às cotações. O dólar fechou em alta de 0,21%, a R$ 5,60. No mês, a divisa acumulou elevação de 3,04%. No ano, porém, a moeda norte-americana acumula queda de 9,36%. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Em meio à disputa dos agentes, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 5,56 (-0,44%), logo após a abertura, e a máxima de R$ 5,62 (+0,66%) às 10h22. Depois disso, a moeda voltou a oscilar em torno da estabilidade até o início da tarde, quando é definida a Ptax, em um claro sinal de que a disputa pela taxa estava gerando volatilidade. Formada a Ptax (R$ 5,60 na venda), a divisa passou a refletir mais livremente os dados e o noticiário do dia. O avanço do dólar ante outras divisas no exterior dava suporte à moeda norte-americana também no Brasil, após o chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, ter indicado na quarta-feira (30/07) que não tem pressa para reduzir as taxas de juros nos Estados Unidos.

Na prática, juros mais elevados nos Estados Unidos tendem a significar também um dólar mais forte. Segundo a Empiricus Research, no médio prazo, o dólar deve ficar mais fraco, por conta da criação de incertezas pelo governo norte-americano, devido à guerra tarifária desencadeada pelos Estados Unidos. Mas, no curto prazo, como há a percepção de juros mais altos no caso do Fed, o dólar sobe. O dia foi negativo para os ativos brasileiros de forma geral, com queda firme do Ibovespa e alta das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e do dólar, após o Banco Central ter mantido na véspera a taxa básica Selic em 15% ao ano, sinalizando intenção de seguir com essa postura nos próximos meses, e depois das isenções tarifárias dos Estados Unidos ao Brasil.

No caso do tarifaço, a avaliação entre os agentes era de que o pior foi evitado, mas que a crise desencadeada pelos Estados Unidos ainda não foi superada. Nessa linha, o Banco Central citou em seu comunicado sobre a decisão de política monetária um ambiente externo “mais adverso e incerto” por conta das “políticas comercial e fiscal” dos Estados Unidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro vai recorrer da decisão dos Estados Unidos. Segundo ele, o plano de contingência do governo também será recalibrado após as exclusões anunciadas. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,28%, a 100,070. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.