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01/Aug/2025

Alimentos: lista de isenções ao tarifaço é limitada

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) avalia que a lista de isenções dos Estados Unidos à tarifa adicional de 40% imposta sobre produtos brasileiros é "limitada". A medida poderá gerar forte impacto nas exportações de produtos ligados à segurança alimentar e na estabilidade dos preços no mercado norte-americano. A imposição de altas tarifas a categorias chaves, como carnes, cafés e óleos vegetais, reflete uma assimetria que prejudica a previsibilidade do comércio bilateral e gera distorções nas cadeias de valor. A tarifa de 50% sobre alimentos industrializados brasileiros que ficaram de fora da lista de exceções poderá gerar "impacto bilionário" ao comércio bilateral.

A título de exercício, com base nas exportações brasileiras aos Estados Unidos de US$ 2,83 bilhões no primeiro semestre de 2025, uma retração hipotética de 10% no volume de exportações do Brasil para os Estados Unidos resultaria em perdas de até US$ 570 milhões anuais em receitas externas. As perdas no comércio bilateral poderiam implicar ainda em impactos nos empregos ao longo da cadeia produtiva. Em relação ao suco de laranja, que permaneceu apenas com a tarifa de 10% sobre as importações e ficou fora da lista de produtos expostos à alíquota de 40% adicional, a Abia classificou a decisão como correta. Reconhecendo a especialização brasileira e sua importância estratégica para os Estados Unidos. No primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou US$ 750 milhões na bebida ao mercado norte-americano.

A associação viu com preocupação a manutenção da tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira. Por outro lado, o alto grau de dependência do mercado norte-americano pelas carnes bovinas brasileiras, que ultrapassaram US$ 1 bilhão em exportações no mesmo período, não foi determinante para a isenção a essa categoria, o que poderá causar impactos profundos não apenas sobre os exportadores brasileiros, mas também sobre a competitividade e a estabilidade de preços no mercado norte-americano. Por fim, a entidade defendeu soluções equilibradas e compromisso com o diálogo para a construção de ambiente comercial previsível e mutuamente benéfico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.