31/Jul/2025
Autoridades brasileiras estão debruçadas sobre o documento anexo à ordem executiva publicada nesta quarta-feira (30/07) pelos Estados Unidos e que traz a lista de exceção da tarifa de 50%, que incidiria inicialmente sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país a partir desta sexta-feira (1º/08). O documento era esperado pelas equipes negociadoras de vários setores, mas surpreendeu pelo timing, já que a publicação era aguardada apenas para a meia-noite do dia 31 de julho. Desde interlocutores que conduzem as negociações com os Estados Unidos a integrantes da equipe econômica a ministérios ligados a setores exportadores afetados pela tarifa avaliam qual será realmente o impacto da tarifa e quais setores ainda seguem ameaçados pela sobretaxa.
O "tamanho" do tarifaço norte-americano agora será recalculado. Entre os principais setores, aviação, suco de laranja, celulose e petróleo foram poupados. Entretanto, café, carne bovina, frutas, pescados, aço e cacau seguem no tarifaço. Um funcionário que acompanha de perto as tentativas de negociação e que está em Washington se mostrou surpreso com o tamanho da lista de exceções após seu anúncio. A avaliação agora é sobre o que ainda pode ser taxado e sobre qual será o próximo passo do País nas negociações. Outro fator que surpreendeu o Executivo foi a publicação em paralelo do ato executivo da lista de exceções. O foco do governo brasileiro neste primeiro momento era a negociação da tarifa geral de 50% e do prazo de entrada em vigor da sobretaxa.
O governo brasileiro esperava negociar exceções para serem excluídas da tarifa apenas em um segundo momento. O Tesouro Nacional, em uma avaliação preliminar, indica que o cenário de impacto com o tarifaço dos Estados Unidos não "é o pior possível". Parece que, do ponto de vista de efeito econômico, é menor que cenário anterior. O cenário do tarifaço não sendo o pior, mas não quer dizer que não há impactos. Dentre os produtos com peso significativo na balança comercial, praticamente apenas o café e as carnes terão a tarifa extra de 40% (que se soma à de 10% já em vigor, chegando à taxa de 50%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.